Não será propriamente uma novidade para si que, num planeta que tem vindo a ser muito maltratado pelo homem, a água seja cada vez mais um bem escasso e dispendioso. Um jardim precisa, naturalmente, deste líquido precioso, rico em oxigénio e outros nutrientes, para se manter bonito e saudável. A sua utilização deve, todavia, ser racional e equilibrada. Também concorda mas não sabe muito bem por onde começar? Encontra, de seguida, sete dicas para reduzir o seu consumo continuando a desfrutar plenamente das variedades botânicas que cultiva.
1. Planeie bem o jardim
Todas as áreas ajardinadas têm a sua especificidade quanto à dimensão, à exposição solar que recebe e ao tipo de terra que o alimenta. É muito importante planear convenientemente a divisão dos espaços e, eventualmente, fazer um pequeno esquema para imaginar o que colocar nas diferentes áreas e as respetivas funções. O solo é a base de tudo e deverá ser de qualidade e enriquecido com matéria orgânica para manter a humidade com mais facilidade.
2. Escolha plantas que necessitem de menos água
A variedade de plantas disponíveis nos centros de jardinagem é cada vez maior, oferecendo-nos nos dias de hoje muitas soluções. Os catos e as suculentas são uma das principais opções a considerar, porque armazenam água nas suas folhas e nos seus troncos. Têm ainda a vantagem de existir em grande diversidade de formas, cores e dimensões, o que lhes garante uma versatilidade acrescida.
Também poderá utilizar as plantas da nossa flora mediterrânica, que se adaptam bem, por norma, a condições de sol e calor como as nossas. É o caso das urzes, das alfazemas, dos tomilhos, das murtas ou dos exemplares de Juniperus. Plantas de variedades como os Pittosporum, os Metrosideros, o Nerium oleander e algumas palmeiras também necessitam de pouca rega, sendo por isso opções elegíveis.
3. Plante árvores e/ou crie sebes para promover sombras
A plantação de árvores e arbustos acaba por levar à criação de sombras no jardim, diminuindo naturalmente a temperatura nesses espaços. Por conseguinte, essas zonas necessitarão de menos água na(s) rega(s). As sebes também ajudam a proteger do vento, reduzindo a perda de água por evaporação em qualquer altura do ano. Se tem espaço para investir nelas, faça-o.
4. Recorra a coberturas de solo para manter a humidade
Esta é outra das formas de reduzir o consumo de água. A utilização de casca de pinheiro como cobertura do solo, para além de uma função decorativa, faz diminuir a temperatura do solo e ajuda a manter a humidade da terra por mais tempo, o que acaba por ser outra vantagem. Se o solo estiver húmido, não precisa de ser regado com a mesma regularidade.
5. Reduza a área de relva
A área de relvado será potencialmente a maior consumidora de água de um espaço ajardinado. Deverá, por isso, tentar reduzir a sua área ou optar por uma relva mais tolerante ao calor. Dentro das hipóteses de tipos de relva existentes no mercado, as misturas de gramíneas com texturas de folha mais grossa, constituídas essencialmente por Festuca arundinácea, são as mais resistentes à seca.
Em alternativa a essa solução, poderá também optar por uma relva de verão, como o escalracho, que possui um sistema radicular muito forte e resistente. Durante as ondas de calor, deverá deixar a relva um pouco mais alta para evitar que desidrate com tanta facilidade.
6. Elimine as ervas daninhas
Apesar de não ser das mais óbvias, é outra das formas que tem de conseguir reduzir a fatura da água. Controlar e eliminar as ervas daninhas é fundamental para atingir esse objetivo porque estas variedades botânicas roubam água às plantas do jardim, obrigando a regas mais frequentes para as manter hidratadas e nutridas.
7. Otimize a rega
É muito importante agrupar as plantas por necessidades hídricas para garantir uma racionalização da gestão dos recursos naturais de que dispomos. A quantidade de rega depende muito do tipo de solo. Para solos argilosos, necessitamos de regar com menos frequência e mais água. Para solos mais leves, devemos regar mais vezes e com menos quantidade de água. A rega deverá ser realizada preferencialmente durante a noite ou de manhã cedo para evitar perdas por evaporação, uma questão muitas vezes menosprezada.
Texto: Tiago Veloso
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