A apneia (também conhecida como Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono - SAOS) é considerada como um distúrbio do sono, a par, por exemplo, com as insónias, o sonambulismo, o bruxismo ou o síndrome das pernas inquietas. Esta patologia consiste na interrupção da respiração por períodos superiores a 10 segundos, originando o despertar da pessoa, interrompendo desta forma o ciclo natural do sono e pode ocorrer muitas vezes por cada hora de sono.

Por ser um fenómeno que acontece quando estamos a dormir, é quase sempre o companheiro/a a testemunhar estes episódios. Normalmente, estes são os principais sintomas:

  • Ressonar;
  • Pausas ou paragens respiratórias (que, tal como referido anteriormente, são presenciadas pelo companheiro/a);
  • Um sono agitado;
  • Sensação de sufocação nos vários despertares;
  • Sonolência ao longo do dia;
  • Fadiga durante o dia;
  • E diminuição de desejo sexual.

Se acha que pode estar perante este síndrome, então deve consultar um médico dentista que tenha formação especializada emm medicina dentária do sono para um correto diagnóstico.

Como existem vários tipos de apneia é necessário realizar um exame auxiliar de diagnóstico não invasivo: uma polissonografia. O resultado poderá indicar uma apneia leve, moderada ou grave. No âmbito do tratamento, algumas medidas gerais são aconselhadas:

  • Ter um índice de massa corporal adequado (IMC), o que se reflete numa redução do peso;
  • Não fumar;
  • Não ingerir bebidas alcoólicas ao final da tarde;
  • Reduzir a ingestão de cafeína;
  • Ter hábitos de sono saudáveis;
  • E adotar um estilo de vida saudável.

Os tratamentos mais específicos poderão passar pela utilização de um dispositivo intraoral de avanço mandibular, mas apenas o médico poderá aconselhar sobre qual o tratamento mais adequado.

Apesar de nem sempre ser fácil cumprir cada um dos requisitos anteriormente mencionados, o ideal será sempre encontrar o melhor equilíbrio para o nosso bem-estar geral. A ausência de sono tem um impacto direto no dia-a-dia de cada um de nós e reflete-se, por exemplo, em alterações de humor, raciocínio mais lento ou até mesmo dificuldades em memorizar informação.

Um artigo de Pedro Crispim, médico dentista no Instituto de Implantologia.