Todos os seres humanos partilham um desejo independentemente de idade, nacionalidade, profissão ou religião: todos desejamos ser felizes. Mas, apesar desse desejo, a grande maioria dos seres humanos ou estão sozinhos e sentem-se infelizes ou estão acompanhados e sentem-se infelizes. Claro que há excepções em ambos os casos.

Estar apaixonado é uma sensação maravilhosa mas que raramente dura toda a vida e depois surgem desilusões e deceções. Porquê esta montanha russa de amores e desamores? Onde está a felicidade?

Em primeiro lugar, a felicidade não é o destino, é a viagem de cada dia. Em segundo lugar, há um ser que nos acompanha toda a vida e esta é a relação primordial que se vai refletir em tudo e em todos à nossa volta. Os relacionamentos que temos com as outras pessoas são o espelho do relacionamento que temos connosco e muitas vezes tentamos preencher o nosso vazio com os outros, tornando-nos “amoro-dependentes”.

Esta dependência tem muitas facetas: é no amigo para quem corremos a desabafar, o conselheiro para nos guiar que pode estar vestido de padre, astrólogo, tarólogo, psicólogo, etc., o parceiro que deve colmatar a nossa falta de amor próprio. Não significa que não se deve procurar ajuda ou apoio, mas que precisamos de ouvir o nosso coração, em primeiro lugar, e depois podemos ouvir os outros fazendo assim um filtro adequado. Na maior parte das vezes as pessoas a quem recorremos debatem-se com problemas idênticos mesmo que não falem sobre isso.

Libertarmo-nos destas dependências significa crescimento interior e este significa tornarmo-nos conscientes das nossas escolhas, das nossas intenções e das suas consequências. Podemos criar verdadeiros milagres nos nossos relacionamentos apenas mudando o nosso interior.

Então como podemos preparar-nos para termos um relacionamento bem-sucedido?

- Ter a consciência de quem somos: seres divinos (e humanos também claro) e únicos em todo o universo. Se eu tiver esta consciência em relação a mim mesma, também terei este respeito pelos outros seres que interagem comigo e naturalmente eles vão reagir do mesmo modo, pois foi a energia que emiti.

- Ter a consciência do poder dos nossos pensamentos e escolhas que co-criam a nossa vida. Os outros são a projeção dos nossos valores, crenças, emoções e memórias que clamam por serem libertadas. Quando sinto injustiça, projetei o não merecimento que acredito ter, vendo-o nas outras pessoas. Quando sentimos que nos sacrificámos, sentimo-nos no direito de “cobrar” do outro o preço do sacrifício. Quando achamos os outros não merecedores do nosso amor, negámos a nós próprios o amor. O universo não reconhece bem e mal, apenas aceita os nossos pensamentos e eles voltam para nós como experiência a ser vivida, por isso tornamo-nos no que pensamos.

- Reconhecer as relações de dependência e o que está na base das mesmas e libertar-se.

- Apaixonar-se por si mesmo(a). Desta forma criamos a ressonância que vai permitir o amor revelar-se em todos os relacionamentos.

Pois bem, o amor chegou à nossa vida

Mas ele também vem acompanhado com alguns desafios, pois são estes que nos vão mostrar o que precisamos de mudar. Como podemos superar essas dificuldades do dia a dia? Com algumas atitudes fundamentais:

- O compromisso comigo, o meu crescimento interior é a minha prioridade e isto evidencia-se em deixar o padrão de vítima, da necessidade de ter razão ou de ser admirado(a) e estar consciente das minhas intenções.

- Compaixão: eu e todos os seres temos fragilidades e medos para superar. Quando mudo a perspetiva de medo para o amor e compreendo que todos travam as suas lutas, aproximamo-nos do coração dos outros.

- Aceitação: nem sempre é preciso compreender tudo, apenas aceitar porque esse é o caminho do amor incondicional.

- Dar liberdade aos outros para serem eles mesmos e para se expressarem. Cada ser humano tem um percurso a trilhar e uma missão a cumprir na vida.

- Coragem para ir além dos medos da minha personalidade, sendo responsável e íntegro.

- Confiar no universo: todas as pessoas que estão na minha vida são as pessoas certas no momento certo.

Não precisamos de tentar mudar o mundo todo, nem mudar as pessoas que fazem parte da nossa vida, pois é uma tarefa inatingível, mas podemos aceitarmo-nos a nós mesmos e aos outros, sorrir a todas as incríveis lições e experiências que a vida nos dá, abençoar todos os que se cruzam connosco e sermos infinitamente gratos. Estas são as chaves para superarmos as dificuldades e criarmos uma nova energia. Estas são as chaves para mudar o nosso pequeno mundo que depois se irá reflectir no grande mundo. Deste modo podemos SER FELIZES A CADA DIA. Namaste.