“Falta-me qualquer coisa” é uma sensação bastante comum sempre que sentimos um vazio, uma falta ou uma ausência que nem sempre sabemos explicar.
Maior parte das vezes quando nos perguntamos afinal o que falta ou simplesmente tentamos escrever esse “algo” num papel, nem sempre ele é óbvio ou está consciente.
À falta de sabermos explicar exactamente o que nos falta, acabamos por ir buscar à “prateleira” algo ou alguém que um dia acreditámos ter o poder de nos preencher o famoso vazio. Este vazio é uma das maiores dores que o ser humano pode experienciar e por isso, tudo fazemos para fugir ou evitar senti-la.
E realmente por uns momentos ou tempo especifico, aquele algo que trouxemos da prateleira, a coisa, a pessoa, a experiencia, deu-nos uma sensação de conforto e ausência de dor, que embora temporária, ficou registada em nós.
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Aquele momento de plenitude foi gravado nas nossas células. Deu-se um êxtase emocional que não só activou a dependência como gerou uma busca eterna de “mais do mesmo” tal como qualquer outra droga.
Para uns foi a presença de alguém especial, uma paixão, o colinho que demos ao nosso bebé, a presença amorosa de um dos pais na nossa infância ou um amigo que nos deu a mão num momento difícil.
Para outros podia ser a companhia de um animal impossível de substituir no nosso coração, receber o primeiro ordenado ou dinheiro no casino, a segurança de uma casa ou de um bom carro, o simples dinheiro vivo na conta bancária, o mais caro sapato de marca ou o mais insignificante pechisbeque.
Há ainda aqueles, quem sabe os mais perto da verdadeira mensagem que a carência propõem, que andam em busca de simples experiências capazes de sensações e emoções fortes. Desportos radicais, férias de aventura, desafios extremos, mudanças de vida radicais, ou seja, tudo o que leve o ponteiro da escala emocional e da adrenalina para além dos limites do considerado normal e que nos faça sentir o dito êxtase emocional.
O vazio ou carência é uma experiência espiritual que sentimos ao nível das emoções mas que têm o seu propósito. Depois da experiência da Fonte onde o espírito é Uno e completo, no momento de encarnar, o espírito subdivide-se deixando para “trás” a sua “metade”. A intenção é a de procurar e encontrar na matéria e na dualidade o mesmo equilíbrio conseguido na Fonte. Encontrar a Unidade na dualidade.
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Se viéssemos completos não sentiríamos necessidade de procurar nada. Estaríamos fechados no nosso próprio circuito interno de eterno equilíbrio e plenitude. Não haveria jogo de busca e conquista do nosso equilíbrio interior que é afinal, acredito, o grande propósito ou jogo da vida. O permanente balanço entre o excesso e a falta. Seja de que energia ou emoção for.
Vendo as coisas deste prisma, temos então uma realidade física cheia de experiências cada uma delas, um convite á experiência do excesso ou da falta cabendo-nos a nós saber usá-la da melhor maneira para o nosso espírito.
Perguntamos então agora; “Como saber distinguir quais experiências que são boas para mim?”.
Fácil. Respeitar as experiências que a nossa energia foi atraindo ou repelindo.
Como diz o velho ditado:
“O que é para ser tem muita força”.
E eu acrescentaria “E o que não é, também”.
Sendo assim, umas experiências irão ser desafiantes, parecerão impossíveis de superar ou dolorosas demais para tolerar. No entanto trazem com elas o potencial de superação maravilhoso que pensávamos impossível e são capazes do nos dar uma força extraordinária.
Outras irão fazer-nos sentir maravilhosamente bem e trazem com elas uma lembrança do potencial de amor e êxtase possível de alcançar na experiência humana.
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Não nos ensinaram a ver o mundo por este prisma, ninguém deixou bem claro que somos responsáveis pela nossa felicidade e equilíbrio interior e que jamais a devemos exigir seja de quem for.
Ninguém nos disse que a realidade ou o mundo é apenas um espaço cheio de experiências onde iremos reconhecer outras partes de nós e que a carência é algo comum a todo o ser humano e que jamais será preenchida com algo exterior.
Ela é uma proposta de encontrarmos o preenchimento interior encontrando assim a Unidade na dualidade.
Por não nos terem ensinado a dar significado à carência, fazemos o que o instinto nos condiciona quando estamos sujeitos a dor; fugimos, evitamos, negamos defendemo-nos.
Nesse estado de inconsciência vivemos em velocidade de cruzeiro sem norte com o único instinto de fugir, evitar, defender e negar a carência, preenchendo-a das mais variadas maneiras. Com pessoas, com títulos, com bolos, com cigarros, com álcool, com ideias, crenças, viagens, experiências, etc.
Se a intenção com que vivemos cada passo e cada escolha do nosso dia a dia fosse clara e transparente, veríamos que na verdade o que nos move é a busca de algo que acreditamos nos irá preencher a carência. Tal como qualquer parasita que busca alimento fora de si.
Mais cedo ou mais tarde, a desilusão com cada uma das escolhas que fizemos por carência irá nos obrigar a voltar ao nosso interior, ao nosso caldeirão alquímico onde irá finalmente ser transformada e superada.
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Sempre que nos desiludimos com o exterior e somos atirados para os nossos abismos interiores, temos a oportunidade de encontrar mais uma peça que nos irá diminuir a carência. Aos poucos, de evento em evento, ao longo do tempo, vamos descobrindo que aquilo que mais queríamos só consegue ser transmutado e encontrado dentro de nós e que até ali, estávamos realmente à procura no sitio errado.
Se aceitarmos descer aos abismos, se já nos desiludimos o suficiente com o mundo material para o fazer, iremos não só conseguir preencher a nossa carência e passar para um estado de plenitude como seremos a partir daí, uma inspiração para que os outros possam fazer o mesmo.
Depois desse processo feito, podemos então ir para o mundo não mais “buscar” algo que nos falta mas sim “contribuir” com o que temos de melhor.
Bem hajam!
Vera Luz
Veja no Sapo Zen as entrevistas de Vera Luz:
Regressão a Vidas Passadas
Cabeça VS Alma
Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual:
Dou consultas de Regressão à Vida Passada, Criança Interior e Eu Superior.
Sou facilitadora do Workshop “Do Drama para o Dharma”, baseado no meu primeiro livro, onde nos propomos, através de vários exercícios e meditações, a um maior autoconhecimento e consciência de quem somos, donde viemos e o que andamos cá a fazer.
Há mais de 10 anos que o meu trabalho e compromisso é relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da nossa vida, trazer a Verdade ao de cima, ajudar cada um a sentir o lado sagrado da vida.
E mais importante ainda é lembrar sempre que:
"A mudança que tanto desejamos, tem que começar dentro de nós..."
Sou autora dos livros;
- “Regressão a vidas passadas”
- "Do Drama para o Dharma”
- "A cabeça pergunta a Alma responde”
Para marcações, consultas e inscrições:
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