Formada em Escultura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, Maria Flávia de Monsaraz foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo feito um estágio em Paris, na Escola Superior de Artes Decorativas. Dedicou-se a um novo tipo de tapeçaria, a «Nova Tapeçaria», durante quinze anos, entregando-se, depois, à Astrologia. Em 1987 fundou o Quíron – Centro Português de Astrologia, onde actualmente proporciona um curso de sete anos para o ensino e divulgação de uma Astrologia Humanista e Transpessoal. A sua missão é proporcionar a cada um a possibilidade de encontrar o seu próprio caminho entre a Mãe Terra e o Pai Céu e percorre-lo em direcção à sua Essência.

Detemo-nos no rosto de Maria Flávia de Monsaraz e questionamo-nos: qual será o seu tempo?
É um tempo de Eternidade e de Luz. No seu compromisso entre o Céu e a Terra, trilha um caminho de aprendizagem e partilha. Alguém que traz consigo os segredos de Vénus e deixa as palavras fluírem para encontrarem o seu próprio sentido. Escolheu o seu querido Alentejo para connosco viajar entre mantras, meditações, reflexões, memórias, numa conversa sem tempo que terminou com a bênção da Lua.

«Além da mensagem de Cristo que sempre me foi próxima, houve três grandes revelações da minha vida, que em trás alturas específicas vieram ter comigo: Uma foi a Astrologia, a outra a descoberta do Taoísmo, a terceira, a Luz e o rigor da Ciência Esotérica através da obra de Alice Bailey inspirada pelo mestre D’jwhal Khul. Estive em Paris no final dos anos 60, e nessa altura vivi lá o “Maio de 68”, com toda a emoção do momento… ao regressar a Portugal no início dos anos 70 li um livro de Dane Rudiar, o grande astrólogo que me “converteu”ao Ensinamento Sagrado e à Astrologia. Ao ler uma revista deparei-me, a dado momento, com um parágrafo que dizia que o Universo era Holístico, organizado em Sistemas, dentro de Sistemas, e que todos eles se correspondiam. Então pensei: se todos os Sistemas se correspondem, há realmente uma Ordem. É por aqui que eu vou perceber quem Sou. Esta foi uma descoberta fascinante», recorda Maria Flávia.

«Numa outra ocasião veio-me parar às mãos um texto sobre o Taoismo, reduzido por um mestre chinês. Quando comecei a ler a explicação sobre Yin/Yang, (símbolo da dualidade do mundo, hoje tão divulgado no Ocidente mas que poucos sabem dimensionar) veio-me um sentimento antigo de familiaridade e uma profunda evidência interior sem justificação aparente: pensei, eu sempre soube isto, como pude ter esquecido? Agora, na realidade, nesta vida nunca tinha sabido… Hoje acredito que fui taoista num passado remoto. Nesse passado, devo ter tido um mestre que muito venerei pois trago em mim essa subtil nostalgia… Quando li este texto tudo se tornou claro e significativo! É claro que o Mundo é dual, bipolar, e que o propósito da Vida sempre foi e será sempre, sair da dualidade em direcção ao UNO.
O próprio Cristo ensina isso quando diz que só o Amor salva. O Amor é a única vibração capaz de unir o Céu e a Terra em nós. Estamos aqui para integrar a dualidade, aceitá-la, vivê-la e transcendê-la. Quando percebi isto, percebi que a Vida faz sentido, tudo faz sentido.
Mais tarde, na obra do mestre D’jwal Khul escrita por Alice Bailey aprendi, grata e reconhecida, a Verdade Esotérica das grandes Leis Eternas que estruturam e suportam o vir-a-ser do Mundo» constata.

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Estas três «descobertas» proporcionaram a Maria Flávia percorrer um caminho «sem mestres», como ela própria diz, de forma solitária e autodidacta, uma busca árdua mas prazerosa com revelações extraordinárias.

«Sempre me guiei pelos livros que sempre me vinham parar às mãos. E acabava por conseguir escolher aqueles que tinham algo diferencial para me transmitir. Fiz um caminho solitário. Tinha de o fazer. E sempre pensei que assim seria até ao dia em que me descobri mais um pouco», conta Maria Flávia recordando o dia em que «renasceu».

«Um dia, já lá vão alguns anos, convidaram-me para participar no primeiro Congresso de Astrologia no Rio de Janeiro. Hesitei, mas à última hora acabei por ir. Tinha que falar em público num Congresso! Só a ideia muito me assustava. Cheguei ao Brasil e constatei que o meu nome não estava mencionado nos folhetos e cartazes de divulgação. Era compreensível uma vez que tinha aceitado o convite muito tarde. Então questionei se ainda seria possível introduzir a minha comunicação no programa. Não só me disseram que sim como me colocaram a abrir o Congresso, uma vez que um inglês tinha faltado. Aí veio o pânico! Falar para 600 pessoas era um grande desafio!»

Faltavam alguns dias para o Congresso e valeu-lhe o refúgio em casa de uma amiga. «Fiquei lá a reflectir. Estava pela primeira vez na Vida a assumir a minha conjunção Sol/Júpiter em Sagitário. Até aquela altura confundia a Verdade comigo. As pessoas diziam mal da astrologia e eu sentia-me ofendida. Na abertura do Congresso, para não me assustar, anulei-me a tal ponto que percebi que ali não era eu a prioridade, que na realidade o que ali era importante era a Verdade, que por intuição vinha até mim e que eu tinha que comunicar. E era essa intuição que era importante, não eu. Se eu gaguejasse, gaguejava… Tive de fazer esse processo e ao fazê-lo, ” morri um pouco”, dissolvi o ego. Senti que tinha “cuspido um caroço kármico”. E a partir daí nunca mais ao falar tive qualquer espécie de tensão ou desconforto. O Céu obrigou-me a enfrentar aquelas 600 pessoas. Eu estava tão concentrada e interiorizada… que no final houve uma ovação extraordinária. Então senti e percebi algo incrível: eles não estavam a aplaudir-me a mim. Eles estavam a aplaudir, porque aquilo que estava dentro de mim, estava também dentro deles, dentro de cada uma das pessoas daquele Congresso. Eu apenas lhes acordei a memória das suas Almas. Aí, tive a evidência daquilo que Jung definiu como Arquétipos: a memória da Sabedoria primordial que todas as Almas transportam em si. Quando alguém toca nessa memória, as pessoas recordam. Aquelas 600 pessoas estavam a recordar um conhecimento que já detinham! ».

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Mas as «surpresas» não se ficaram por aqui. Curiosamente (ou não) a abertura do Congresso coincidiu com a hora exacta, considerando os fusos horários, com o 50º aniversário de Maria Flávia. «É verdade, eu e o primeiro Congresso de Astrologia somos gémeos, porque eu renasci naquele dia, e àquela precisa hora. Nesse dia em que Kiron voltou à sua posição natal. A Astrologia ensina que esse é o tempo em que as pessoas podem encontrar o sentido da Vida.
Mas as «surpresas» não se ficaram por aqui. Curiosamente (ou não) a abertura do Congresso coincidiu com a hora exacta, considerando os fusos horários, com o 50º aniversário de Maria Flávia. «É verdade, eu e o primeiro Congresso de Astrologia somos gémeos, porque eu renasci naquele dia, e àquela precisa hora. Nesse dia em que Kiron voltou à sua posição natal. A Astrologia ensina que esse é o tempo em que as pessoas podem encontrar o sentido da Vida.

Para mim foi o ínicio de um novo Ciclo.Hoje acredito que se formos fiéis na procura da Verdade há sempre uma hora em que o nosso Destino se “abre” e se revela! Mas as «surpresas» não se ficaram por aqui. Curiosamente (ou não) a abertura do Congresso coincidiu com a hora exacta, considerando os fusos horários, com o 50º aniversário de Maria Flávia. «É verdade, eu e o primeiro Congresso de Astrologia somos gémeos, porque eu renasci naquele dia, e àquela precisa hora. Nesse dia em que Kiron voltou à sua posição natal. A Astrologia ensina que esse é o tempo em que as pessoas podem encontrar o sentido da Vida.
Para mim foi o ínicio de um novo Ciclo.Hoje acredito que se formos fiéis na procura da Verdade há sempre uma hora em que o nosso Destino se “abre” e se revela! Mas as «surpresas» não se ficaram por aqui. Curiosamente (ou não) a abertura do Congresso coincidiu com a hora exacta, considerando os fusos horários, com o 50º aniversário de Maria Flávia. «É verdade, eu e o primeiro Congresso de Astrologia somos gémeos, porque eu renasci naquele dia, e àquela precisa hora. Nesse dia em que Kiron voltou à sua posição natal. A Astrologia ensina que esse é o tempo em que as pessoas podem encontrar o sentido da Vida.
Para mim foi o ínicio de um novo Ciclo,hoje acredito que se formos fiéis na procura da Verdade há sempre uma hora em que o nosso Destino se “abre” e se revela!

Quando me perguntaram como era o centro de Astrologia em Portugal, naquela altura, nos anos 80, em Portugal não havia nenhum Centro, nem havia praticamente Astrologia.Senti que me estava a ser pedido ser eu a abrir esse espaço, a assumir essa responsabilidade».
A caminhada solitária deixava de o ser e a partir daquele momento, Maria Flávia tinha um outro desafio: a comunicação com as pessoas, os grupos, ensinar, transmitir, partilhar.

Veja na próxima página a continuação do artigo.

«Todo esse período foi questionado por mim muitas vezes. Sempre fugi de grupos. Então, porque é que tinha de ser eu a fazer um centro?! Sempre fui criativa,individualista, sempre pensei que nunca iria ensinar nada, então por que é que eu tinha de fazer um grupo?! Naquela altura eu ainda não sabia que tinha Kiron enquanto planeta, no meu tema natal, na Casa XI, a área dos projectos de grupo. Aceitei e nasceu o Quiron - Centro Português de Astrologia que é hoje aquela presença, com 21 anos de existência, que já muitos conhcecem. O Quiron não nasceu de um desejo, muito pelo contrário».Mas as «surpresas» não se ficaram por aqui. Curiosamente (ou não) a abertura do Congresso coincidiu com a hora exacta, considerando os fusos horários, com o 50º aniversário de Maria Flávia. «É verdade, eu e o primeiro Congresso de Astrologia somos gémeos, porque eu renasci naquele dia, e àquela precisa hora. Nesse dia em que Kiron voltou à sua posição natal. A Astrologia ensina que esse é o tempo em que as pessoas podem encontrar o sentido da Vida.

Para mim foi o ínicio de um novo Ciclo.Hoje acredito que se formos fiéis na procura da Verdade há sempre uma hora em que o nosso Destino se “abre” e se revela!
Quando me perguntaram como era o centro de Astrologia em Portugal, naquela altura, nos anos 80, em Portugal não havia nenhum Centro, nem havia praticamente Astrologia

Senti que me estava a ser pedido ser eu a abrir esse espaço, a assumir essa responsabilidade».
A caminhada solitária deixava de o ser e a partir daquele momento, Maria Flávia tinha um outro desafio: a comunicação com as pessoas, os grupos, ensinar, transmitir, partilhar.br>
«Todo esse período foi questionado por mim muitas vezes. Sempre fugi de grupos. Então, porque é que tinha de ser eu a fazer um centro?! Sempre fui criativa,individualista, sempre pensei que nunca iria ensinar nada, então por que é que eu tinha de fazer um grupo?! Naquela altura eu ainda não sabia que tinha Kiron enquanto planeta, no meu tema natal, na Casa XI, a área dos projectos de grupo. Aceitei e nasceu o Quiron - Centro Português de Astrologia que é hoje aquela presença, com 21 anos de existência, que já muitos conhcecem. O Quiron não nasceu de um desejo, muito pelo contrário».
E assim emerge em 1987 uma escola que actualmente é mais do que um «centro de astrologia», na óptica de Maria Flávia. O Quiron existe para facilitar a cada um as ferramentas necessárias para a construção dos seus caminhos. Compete aos alunos idealizá-los, construi-los e percorrê-los. É uma escola de Analogia e Astrosofia.

«Na antiguidade havia as escolas de mistérios, que são as escolas iniciáticas, e havia as escolas de analogia que eram as escolas preparatórias das escolas de mistério. Então pensei, o Quiron é uma escola de analogia, porque é uma escola onde se ensina que o que está em baixo é igual ao que está em cima, ou seja, que nós somos um microsistema dentro de um macrosostema. O Quiron não é uma escola de mistério é uma escola de entendimento da ordem», explica Maria Flávia.
Durante sete anos – o tempo de duração de um curso no Quiron - aprende-se mais do que ouvir a voz interior ou uma sincronicidade. Aprende-se a descobrir o registo energético que trazemos para a vida, quais as nossas potencialidades, que conflitos podemos resolver e qual é a nossa missão.

«O futuro é a sequência do passado e a astrologia ensina isto: Urano é o planeta no plano esotérico da energia de Aquário, que é a energia do nosso tempo. É um planeta no plano interior na energia de Aquário. O diurno é Urano e nocturno Saturno. Ou seja, não se pode ir para o futuro sem se ter assimilado bem o passado, sem ter o fio condutor do passado para o futuro. E o Quiron tem isso. Uma escola de analogia e astrosofia porque é a escola da sabedoria dos astros e não do ensino dos astros. Astrosofia é mais do que astrologia», esclarece Maria Flávia.

Veja na próxima página a continuação do artigo.

Em Maio do próximo ano Portugal vai receber o 27º Congresso Ibérico de Astrologia e irá contar com algumas das pessoas que integram o corpo docente do Quiron. Embora «renascida para o trabalho com grupos», a organização de um congresso não está nos planos de Maria Flávia, mas apoia quem tem a ousadia para o fazer.
«Nunca senti vontade de organizar qualquer tipo de congresso, mas acho muito bem que o façam. Há sempre pessoas que têm algo interessante para partilhar – e nós em Portugal já temos aprendizagem e experiência para comunicar. São momentos enriquecedores.»

Em Maio do próximo ano Portugal vai receber o 27º Congresso Ibérico de Astrologia e irá contar com algumas das pessoas que integram o corpo docente do Quiron. Embora «renascida para o trabalho com grupos», a organização de um congresso não está nos planos de Maria Flávia, mas apoia quem tem a ousadia para o fazer.

«Nunca senti vontade de organizar qualquer tipo de congresso, mas acho muito bem que o façam. Há sempre pessoas que têm algo interessante para partilhar – e nós em Portugal já temos aprendizagem e experiência para comunicar. São momentos enriquecedores.»

Ao longo desta caminhada e olhando para trás, o que é a Astrologia?
«A Astrologia é a “escrita” de Deus. A forma como Esse, de quem nada pode ser dito, revela através de símbolos o propósito e a Intenção Inteligente da criação aos Seres por Si criados…
A Astrologia é uma linguagem simbólica, sagrada, reveladora de uma Ordem Maior, que sempre afirma e manifesta algo que eu nunca pus em causa: o Amor como Lei, o Poder Unitário do Amor», conclui Maria Flávia de Monsaraz.