Os bairros parisienses de Avenue Montaigne, Le Marais ou Saint Germain des Prés nada têm a ver com os de Menilmontant, Belleville, La Chapelle ou Pigalle. Uma comparação simples de fazer por quem passa pela capital francesa e ainda mais para o artista Laurent Chéhère, autor de uma série de fotografias de casas voadoras de Paris.
“São verdadeiras torres de Babel, onde podes conhecer o mundo inteiro. Estes bairros habitados pela classe operária de Paris são a minha principal fonte de inspiração, o meu ponto de partida e chegada. Aqui consigo abstrair-me das línguas estrangeiras e dos perfumes. Descobri uma paixão pelas viagens, pelas pessoas e pelas histórias de todo o mundo", explica o artista francês à edição espanhola da revista Condé Nast Traveler.
Foi no ano de 2009 que Laurent Chéhère começou a fotografar as casas da sua cidade-natal e modificando-as depois em pós-produção. Este projeto pretende mostrar a vida de uma outra Paris, assim como as realidades sociais que se escondem dentro delas e que devemos compreendê-las.
"Estava mais interessado nos bairros cosmopolitas e pobres de Paris, longe dos clichês turísticos. Falo sobre a Paris que nos faz sonhar e a Paris que não sonha. A idéia de tirar uma casa do seu contexto, do anonimato da rua, para contar a vida, os sonhos e as esperanças das pessoas que moram lá“, explica Laurent.
A inspiração deste parisiense não chega apenas dos subúrbios de Paris, mas também de alguns dos seus artistas preferidos, como Jules Verne, Hayao Miyazaki, Wim Wenders ou Federico Fellini.
“As minhas imagens estão cheias de referências, sejam elas filmes de culto, blockbusters, pornografia ou até mesmo alguns filmes de terror”.
Laurent Chéhère tem neste momento instalada uma grande exposição deste projeto na galeria Persiehl & Heine, em Hamburgo, até ao dia 19 de janeiro de 2019. Mais uma razão para viajar...
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