As três mulheres que casaram com o rei D. Manuel I, e se tornaram rainhas de Portugal, foram pouco marcantes, segundo os historiadores Isabel dos Guimarães Sá e de Michel Combet.

As duas primeiras rainhas, Isabel e Maria, eram filhas dos reis católicos Fernando e Isabel de Espanha, a terceira, Leonor de Áustria, sobreviveu ao monarca português, tendo voltado a casar, com Francisco I de França, mas manteve laços com Portugal, onde ficou a sua filha, a infanta D.ª Maria, com a qual se correspondeu de forma assídua.

Histórias que agora são compiladas numa obra Intitulada “Rainhas consortes de D. Manuel I. Isabel de Castela, Maria de Castela, Leonor de Áustria”, da autoria dos referidos historiadores.

A historiadora portuguesa assina as biografias das duas infantas castelhanas, enquanto o historiador francês é autor da de Leonor, à qual se refere como uma princesa do Renascimento que ocupou o trono de “dois Reinos importantes”, neste movimento de renovação cultural.

Sobre a filha de Filipe, o Belo, e Joana, a Louca, o historiador afirma que, tendo sido consorte entre 1518 e 1523, “acabou por ser pouco marcante”, mas salienta que, através do seu estudo biográfico, se pode conhecer melhor “os laços afetivos no Renascimento”.

Sobre as duas primeiras mulheres do “Rei da Pimenta”, como o soberano português era conhecido na Europa, Isabel dos Guimarães Sá afirma que a sua influência foi pouco sentida.

Isabel, a primogénita dos reis católicos, “teve um impacte na evolução dos acontecimentos políticos”, escreve a historiadora referindo-se à exigência da infanta que o rei decretasse a expulsão de mouros e judeus. Todavia partilhou o leito real “durante escassos meses”.

A irmã, Maria, rainha proprietária de Castela, esteve casada com D. Manuel I durante 16 anos, mas “a sua importância é mais biológica (teve muitos filhos) do que política ou qualquer outra”, escreve Guimarães Sá.

A historiadora adverte que, para construir estas duas biografias, não fez uma “investigação baseada em longas temporadas de arquivo, embora elas não estejam ausentes”, tendo, no entanto, “ olhado os acontecimentos de forma diferente”.

Integrada num mesmo volume, editado pelo Círculo de Leitores na coleção "Rainhas de Portugal", cada consorte de D. Manuel I (1469-1521) é biografada individualmente, constituindo assim três biografias.

Fonte: Lusa

1 de agosto de 2012