Durante o verão, sobretudo em agosto, não há noite sem festa no Algarve, para onde muitas discotecas se mudam provisoriamente, levando consigo figuras públicas que acabam por ser o rosto daqueles espaços.
É o caso de Maya, empresária e apresentadora de televisão, que inaugurou este verão um novo espaço noturno em Tavira, depois de ter estado vários anos à frente de um projeto semelhante, na praia de Manta Rota.
Contactada pela Lusa, Maya assegura que a crise não está a afetar as festas de verão com figuras públicas, mas sublinha que embora haja um retorno financeiro pela sua presença, não é isso que atrai mais pessoas.
“O investimento na contratação de figuras públicas é sempre rentável, porque vende para as revistas e os estabelecimentos acabam por retirar dividendos da sua presença junto dos patrocinadores”, afirma.
A responsável pelo espaço “Wonderful Beach Club” não quis revelar o valor dos “cachets”, referindo apenas que se têm mantido e que até existe dificuldade em encontrar algumas figuras públicas disponíveis.
Mais avesso ao mundo dos famosos, José Manuel Trigo assegura que nunca pagou a ninguém para que frequentasse os seus espaços: o Clube T, e a Trigonometria, esta última agora convertida num novo espaço, o “White by T Clube”.
Com casas abertas na Quinta do Lago há 25 anos, Trigo é um dos mais antigos empresários da noite algarvia, que diz ter tido sempre muito “glamour”, sem precisar “desta novidade, que é pagar presenças”.
Segundo o empresário, essa moda foi "inventada" há uns anos “por casas que não tinham mérito nem valor para sobreviverem”, e a contratação de famosos até pode ser contraproducente, pois nem toda a gente gosta dessas festas.
“Os VIP são os meus clientes, são os Franciscos Balsemões, são ministros, as pessoas mais comuns da vida. Não pedem dinheiro para entrar e pagam as suas bebidas, seja o Presidente da República, seja o primeiro-ministro, nunca ninguém teve borlas”, sublinha.
Também Rui Borja, gerente do espaço “Waves”, na Praia do Ancão, em Loulé, considera que nunca se justificou pagar a presença de figuras públicas em festas, mercado que começou a crescer quando os empresários se aperceberam que isso era uma forma fácil de promover os espaços.
“Foi a falta de estratégia de alguns empresários e que levou à abertura desse mercado”, refere, sublinhando que as pessoas pagas para irem às festas raramente estão no ativo profissionalmente, ou são muito jovens, pois os verdadeiros VIP “não gostam de aparecer”.
Reconhecendo que o investimento pode ter algum retorno pelo facto de os eventos aparecerem na Imprensa, sublinha, contudo, que os gastos são “desproporcionais”, já que para além do “cachet”, é preciso pagar alojamento, deslocações e alimentação.
Lusa
6 de agosto de 2012
Comentários