Os portugueses nunca pediram tanto crédito ao consumo, afirmam dados divulgados pelo Banco de Portugal no início de março de 2017. Além disso, estão a gastar mais nas compras de supermercado. Um estudo da consultora Nielsen avança que o nível de confiança dos consumidores portugueses atingiu valor mais alto de sempre no final de 2016, atingindo os 74 pontos. Segundo o Observador Cetelem, na hora de comprar um carro, olha-se para consumo e para o preço e não para a marca.
Essa não será a regra em todas as áreas de consumo mas não é só na indústria automóvel que essa questão se coloca. Fomos descobrir qual o tipo de consumidor do século XXI. Ouvimos consumidores de vários países, analisámos comportamentos e atitudes e encontrámos o perfil atual. Hoje, encontramos um consumidor mais exigente e um consumo mais consciente, um consumidor que compra essencialmente o que é necessário e que dá mais valor à qualidade.
Frases pronunciadas no âmbito de um focus group realizado em maio de 2009 na Alemanha já refletiam esta tendência. «Dantes, as pessoas iam às compras e voltavam para casa com uns cinco a dez sacos. Hoje, voltam, em média, apenas com dois», constataram. Atualmente, ainda de acordo com a mesma linha de observações, o consumidor está mais preocupado não só com a sua aparência física mas também com o seu bem-estar.
O consumir de hoje
O consumir de hoje quer estar e sentir-se bem interiormente e junto de todas as pessoas que o rodeiam. No âmbito do EuroPNStylesi, realizado com base numa amostra de 845 portugueses, entre as quais cerca de 50% mulheres, 71,1% do total de mulheres que fazem parte deste estudo referem que a forma como se vêem é de extrema importância, sendo esta uma preocupação que atinge todas as classes etárias.
Cerca de 84% destas mulheres mencionam que acreditam existir uma ligação entre a mente, o espírito e o corpo. No entanto, a procura de um bem-estar físico e psicológico é algo que surge essencialmente a partir dos 35 anos. Este estudo vem demonstrar esta tendência de que cada vez mais as mulheres se preocupam com a sua aparência e realça como é importante sentirem-se bem física e psicologicamente, consigo e com os outros.
O consumidor do século XXI procura produtos que lhe ofereçam segurança assim como produtos que apresentem uma boa performance. Num inquérito desenvolvido na Alemanha, cerca de 70% dos inquiridos referiram que a segurança é o aspeto mais importante quando optam por um determinado produto. 58% apontaram a performance do produto como um dos factores mais importantes.
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A tendência crescente do consumo na saúde
Hoje, a saúde também é uma preocupação cada vez mais presente. A saúde é, para as mulheres, mas também para muitos homens, um aspeto fundamental e é a partir dos 35 anos que demonstram uma maior preocupação com este tema. Das mulheres portuguesas inquiridas através do EuroPNStyles, mais de 82% referem sentir necessidade de estar informadas sobre questões relacionadas com a saúde o que lhes vai permitir manterem-se a si e à sua família mais saudáveis.
Outra das grandes preocupações dos nossos dias é a preocupação ambiental. O EuroPNStyles também reflecte esse interesse por parte dos consumidores portugueses, sendo esta uma preocupação transversal a mulheres e a homens, no entanto são as classes etárias mais elevadas quem demonstra maior preocupação com o meio ambiente. E, no século XXI, as intenções de utilização passam pelos produtos naturais?
Em 2007 um estudo referia que o mercado dos produtos naturais representava 8,5% do mercado total de cosmética e higiene, sendo os segmentos de corpo e rosto os que mais contribuem para esta quota. No estudo desenvolvido pela GfKiv junto de consumidores que vivem na Alemanha, entre 2006 e 2009, o mercado de produtos naturais registou um crescimento de 44%.
Este estudo demonstra também que os segmentos de rosto (9,3%) e corpo (7,7%) são os que apresentam um maior crescimento. Também procurámos saber o que é que leva o consumidor a considerar que um determinado produto é natural. Estudos de mercado desenvolvidos junto de consumidores alemães e franceses demonstram que os ingredientes são o fator mais importante para identificar um produto como natural.
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