Em declarações à agência Lusa, o diretor da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em França, António Silva, afirmou que a presença portuguesa neste espaço deve ser vista no quadro de “exigência e seletividade do evento”.
“O número de empresas portuguesas presentes nesta feira, que tem duas edições, em janeiro e em setembro, tem vindo a aumentar. E estes números devem ser sempre vistos considerando o facto de a ‘Maison & Objet’ ser muito seletiva. Há um conjunto de critérios que uma empresa deve cumprir para ser aceite e poder expor”, acrescentou.
Por detrás deste número, “que mostra que a qualidade da presença portuguesa tem vindo a ganhar expressão e não deixa nada a dever à produção dos outros países representados”, está um aumento de 12 a 15 por cento das exportações de mobiliário para França em 2011.
O secretário-geral da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA), Hugo Vieira, resumiu assim as razões do sucesso crescente das empresas portuguesas de mobiliário e decoração no estrangeiro: “Somos muito bons. Temos um ‘know-how’ secular para fazer o produto e somos um alfaiate de alta-costura”.
“O nosso conceito é ‘premium’. Não podemos competir com grandes economias na quantidade, não podemos fazer economias de escala, não somos mais baratos. Por isso, o nosso posicionamento é na qualidade. Somos extremamente competitivos nos serviços e fazemos mobiliário de alta qualidade, personalizado”, acrescentou.
Na perspetiva do responsável, é essa postura que justifica a evolução da presença portuguesa num dos espaços com maior destaque internacional na área do mobiliário e decoração: “Em 2008 a APIMA trouxe menos de meia dúzia de empresas, este ano traz 25. Continuamos a ganhar espaço no mercado. Ocupamos a sétima posição no ranking dos expositores não franceses na ‘Maison & Objet’. Isso reflete interesse, procura e aceitação”, afirmou.
A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATVP) traz cerca de 12 empresas portuguesas à feira. Sofia Botelho, diretora executiva da associação, disse à agência Lusa que o reconhecimento internacional dos produtos portugueses no têxtil e na decoração “não é propriamente novidade”.
“Somos muito conhecidos lá fora pela qualidade, no serviço e no design no têxteis lar e nos tecidos. Esse reconhecimento internacional existe desde há décadas. Estamos nas melhores lojas do mundo inteiro. O que se nota é que as empresas portuguesas continuam a lutar pelo seu lugar no mercado internacional, cada vez mais competitivo”, acrescentou.
A responsável considera que “haveria 30 ou 40 empresas da área dos têxteis com qualidade para expor nesta feira, mas uma vez que a ‘Maison & Objet’ cresceu muito nos últimos anos e o espaço é cada vez mais escasso”.
20 de janeiro de 2012
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