Eram onze e pouco da manhã quando acabei de escrever o meu quarto romance. Embora vários imprevistos me tenham impedido, ao longo das duas últimas semanas, de escrever com a produtividade habitual, terminei o “Quatro“ , de acordo com o que tinha estabelecido: no último dia de Maio.
Não me importei muito com os impedimentos que me atrasaram as derradeiras páginas. Acontece-me sempre a mesma coisa: na vertigem do prazer supremo da criação do final há sempre algo a travar-me; como se estivesse à espera de viver ou perceber mais alguma coisa para poder subliminar a apoteose. Mais uma vez isto aconteceu! Precisei de viver, sentir e perceber mais algumas coisas para que o fim ( ou será um novo princípio?) da estória da Leonor, da Sam, do Artur e do Vítor encerrasse o mais brilhante significado.
“Quatro” é uma fábula dos tempos modernos. Uma fábula muito real de como podemos tocar a vida e a alma uns dos outros, alterando todo o curso e sentido das existências. Um conto de 400.000 caracteres e 85.000 palavras onde um encontro improvável de pessoas muito diferentes dá lugar a uma sequência de acontecimentos incríveis e revelações que se aguardam, contendo a respiração, até às últimas páginas.
“Quatro” é mais um “filho”: o quarto. Adorava que o lessem. Iriam gostar, tenho a certeza! Mas para isso é preciso que alguma editora, como a Leya, o leia realmente e não me responda um “não” apenas cinco dias depois de enviar o original. Para isso é preciso que alguma editora como a Porto, o leia e chegue a enviar alguma resposta. E agora perdoem-me o tom sarcástico mas a crise, meus amigos, pode muito bem começar a ser superada com a exportação de tudo o que de maravilhoso por cá se faz. Perdoem-me também o tom algo convencido mas como sou leitora desde os oito anos sei bem que já li muitos “sucessos” internacionais que não são superiores ao que escrevo.
Por isso cá deixo o apelo a algum editor que se possa cruzar com estas palavras: nas próximas semanas, o “Quatro”, de Ana Amorim Dias, vai chegar até vós. Desta vez façam o favor de ler, sim?
Ana Amorim Dias
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