Deitar mãos à obra, puxar pela imaginação e dar asas à criatividade é uma forma de estar na vida cada vez com mais adeptos. Além disso, é económico e pode ser divertido.
O movimento DIY, as iniciais de Do It Yourself, que em português significa «faça você mesmo», não é um retorno ao passado nem uma ode ao artesanato mas, sim, uma tendência que nasceu nos anos 1960 e 1970 e ganhou novo fôlego.
Com a difusão da internet, permitindo que surgissem comunidades de pessoas com os mesmos interesses independentemente do país, religião e profissão, foram surgindo comunidades de adeptos desta (nova) corrente.
A comunidade DIY tem vindo a crescer diariamente online e está cada vez mais dinâmica e proativa, com todos os participantes dispostos a partilhar as suas ideias. O movimento valoriza a criatividade e a independência dos artesãos modernos, mistura o novo com saberes antigos, materiais rústicos e sofisticados e aproveita todo o tipo de ideias disponíveis na world wide web.
Há quem considere o movimento DIY uma mudança cultural de fundo, muito semelhante à revolução industrial, com centenas de milhares de artesãos participantes na comunidade online. Faythe Levine, fotógrafa, empresária e uma das pessoas de maior destaque no movimento DIY, produziu e dirigiu o documentário «Handmade Nation: The Rise of DIY Art, Craft and Design», lançado de forma independente em 2009.
Faythe Levine, que percorreu durante vários meses os Estados Unidos da América, visitando feiras de artesanato e design e entrevistando figuras chave da comunidade DIY, chegou à conclusão que esta é uma tendência antimaterialista influenciada pela situação económica atual, contestando uma sociedade onde todos consumimos artigos semelhantes de que muitas vezes nem precisamos.
Assim, os seguidores do DIY defendem uma atitude mais sustentável e ecológica, apostando na reciclagem e reutilização de materiais, seja na manutenção da casa, na confeção de roupas, brinquedos ou quaisquer outros objetos. É uma tentativa de regressar a uma vida mais simples e mais calma, com mais tempo dedicado à família.
Se está à procura de vantagens para se dedicar a esta atividade, lembre-se que esta é também uma ótima oportunidade para arranjar um pouco de tempo só para si, dedicado a criar peças diferentes (que mais ninguém tem), que estimulam a sua criatividade. E, além de ser muito mais económico, fazer coisas pelas suas próprias mãos permite-lhe ainda surpreender as pessoas de quem mais gosta com ofertas únicas e especiais. Nada melhor que receber um presente cujo principal ingrediente é o tempo dedicado por quem o fez!
O material que deve ter em casa
Primeiro, há o básico indispensável que já conhece, nomeadamente cola, tesoura, xis-ato, pincéis, tintas, restos de tecidos, papéis coloridos, lápis de cor, missangas e fio de arame. Depois, há as armas secretas, que os geeks do DIY não dispensam.
Poupam imenso trabalho, conseguem resultados fora do comum e não são necessariamente caras (e até impressionam as amigas). É, por exemplo, o caso dos punch cutters, washi tapes ou furadores e tesouras especiais de marcas de culto (como a Fiskars). Procure estes materiais em sites como amazon.com, etsy.com patch-mania.com ou ebay.com.
Workshops que ensinam
Rosa Pomar organiza workshops de iniciação à costura, iniciação ao bordado e cursos de croché e tricô. Estes realizam-se aos sábados e às quintas-feiras e custam a partir de 45 €. As inscrições podem ser feitas em retrosaria.rosapomar.com. Para a Oficina da Costura Criativa, para a qual se pode inscrever em oficinadecosturacriativa. com, as aulas são de segunda a quinta-feira, das 11h às 22h e custam a partir de 25 €.
O Atelier de Costura Portuense (costuraportuense.wordpress.com) organiza cursos de introdução à costura e workshops sobre vestidos e macacões de verão. Os preços começam nos 35 €. Para aprender trabalhos de cartonagem, fazer abajures, restaurar ou reciclar móveis, vá ao Artlier. É só inscrever-se em cursos-artlier.com. O preço médio ronda os 60 €.
Para brilhar nas festas de aniversário com bolos espetaculares, inscreva-se nos workshops de Cake Design. A My Cake (mycake.pt) tem preços a partir dos 60 €. A Isto Faz-se (istofaz-se.pt) também desenvolve ações formativas a partir dos 80 € e a responsável pelo site Teresacakedesigner.com a ensina esta arte a partir dos 90 €, com materiais incluídos.
Livros com ideias DIY
Além de sites e blogues, existem também no mercado livros que lhe poderão ser muito úteis, como é o caso dos que se seguem:
- «Ideias e truques para o seu lar», Editora Evarest, 25 €
- «Faça você mesa sem partir uma unha» de Bridget Bodoano, Editora Evarest, 10,60 €
- «Ideias criativas» de Cath Kidston, Editora Civilização, 20 €
- «Costurar é divertido» de Joana Nobre Garcia, A Esfera dos Livros, 17,10 €
Texto: Raquer Abrantes
Comentários