Este ano, o Dia Mundial de Luta Contra a Sida vai ser celebrado com uma intervenção urbana, com o objetivo de despertar consciências contra a exclusão vivida por quem é portador do VIH e sobre a importância de serem evitados comportamentos de risco.
A iniciativa vai ter lugar nas cidades do Porto e Lisboa, na Praça Gomes Teixeira e na Praça dos Restauradores, respetivamente, por volta das 11h00. A ideia é juntar o maior número de pessoas possível num cordão humano, ligadas por uma fita vermelha que é o símbolo da Abraço, vestindo uma t-shirt com a inscrição «VIH não se vê».
A escolha do slogan prende-se com um duplo sentido que a organização pretende dar a esta intervenção urbana: a exclusão vivida por quem tem VIH, não é visto, e sobre a importância de evitar comportamentos de risco, porque o vírus não se vê. Também por isso, a Abraço propõe que, simbolicamente, os participantes possam vendar os olhos durante os 60 minutos previstos para a duração desta intervenção.
A «Abraço – Associação da Apoio a Pessoas com VIH/SIDA» vai ainda apresentar no Porto um estudo sobre os resultados das suas campanhas de prevenção junto dos meios académicos, desenvolvidas ao longo dos últimos seis anos. É com agrado que a associação assinala que os resultados deste trabalho de campo permitiram concluir que os jovens do meio académico alteraram os seus comportamentos de risco sexuais depois de esclarecidos e alertados pelas equipas da Abraço que fizeram sensibilização, por exemplo, no recinto do Queimódromo.
As conclusões deste trabalho serão apresentadas num encontro que decorrerá no Hard Club, na Ribeira do Porto, às 14h30 do Dia 1 de Dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Sida. Nele se poderá verificar que 75% dos inquiridos consideram “muito Importante” a presença da Abraço no “Queimódromo”, presença essa que é acompanhada por 49% dos mesmos há pelo menos 3 anos.
Tendo em conta o objetivo do estudo, observaram-se mudanças ao nível dos comportamentos de risco, entre eles, o comportamento sexual, nomeadamente 33% no sexo oral, 53% no sexo vaginal e 14% no sexo anal. Das atividades promovidas, destacam-se a “distribuição gratuita de preservativos” (77%), a “aprendizagem da colocação correta do preservativo” (69%) e o “esclarecimento direto de questões” (81%), consideradas como “muito importante” pelos inquiridos. É de realçar que 53% da nossa amostra considerou que adquiriu novos conhecimentos relativamente a comportamentos de risco relacionados com o VIH/SIDA.
Sabendo-se que quase metade dos jovens europeus já teve relações sexuais desprotegidas com novos parceiros, entende-se que, no âmbito da gestão da infeção VIH/SIDA, devem existir medidas que assegurem uma melhor eficiência do trabalho na área da prevenção, tendo por base o conhecimento científico e a experiência de terreno.
A Abraço – Associação da Apoio a Pessoas com VIH/SIDA, conta já com dezanove anos de existência e tem desenvolvido a sua ação nos campos da promoção da qualidade de vida das pessoas infetadas e afetadas por esta realidade, pugnando para todos possam ter as mesmas oportunidades.
@SAPO
28 de novembro de 2011
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