O estudo The Green Revolution 2021 traçou, mais uma vez, o perfil dos vegetarianos em Portugal. São essencialmente mulheres, de faixas etárias jovens, entre os 18 e os 34, e vivem predominantemente nas maiores cidades do país (esta tendência ganha apenas por 2 pontos percentuais). Em concreto, 13,7% dos inquiridos que afirma seguir uma alimentação veggie (termo que incluí os vegetarianos, os vegan e os flexitarianos) são do sexo feminino, e isto representa 60% da comunidade veggie em Portugal. 1 em cada 7 mulheres considera-se veggie.

A transição para este regime alimentar apresenta ser uma tendência em forte crescimento, pelo que muitos dos inquiridos revelaram ter começado este género de alimentação recentemente: 25% começaram a sê-lo apenas no último ano.

No entanto, também há quem tenha feito esta mudança e a consiga manter no tempo. A prova disso é que 43% dos vegetarianos inquiridos já seguem esta alimentação há mais de 5 anos.

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Além do sexo feminino, as faixas etárias mais jovens também se destacam no que diz respeito à alimentação vegetariana. A maior parte dos inquiridos que diz seguir uma alimentação maioritariamente de base vegetal está entre os 25 e os 34 anos (falamos concretamente de 6,3% dos inquiridos), seguidos pela faixa etária entre os 18 e os 24 anos, estes com uma percentagem de 5,7%.

As restantes faixas etárias apresentam percentagens muito inferiores: dos 55 aos 64 com 1,7%, dos 45 aos 54 com 1,5%, os maiores de 65 anos com 1,4% e, em último lugar, os inquiridos que têm entre os 35 e os 44 representam 0,5%.

A maioria dos inquiridos que segue uma alimentação veggie reside nas grandes cidades, mas a diferença, face a quem vive em cidades com menos de 100 mil habitantes, é de apenas 2%. Ou seja, 51% vive em grandes cidades e 49% vive em cidades não tão grandes.

Saúde, ambiente ou respeito pelos animais – quais são as motivações para ser vegetariano?

Outro parâmetro analisado foi a motivação para seguir uma alimentação com ou sem ingredientes de origem animal. Para os flexitarianos, a preocupação com a sua própria saúde e o interesse em prevenir as doenças é aquilo que mais os motiva a optar predominantemente pela proteína vegetal (68% indicou esse motivo), enquanto a preocupação com os animais (30%) e sustentabilidade (29%) surge menos frequentemente.

No que toca a vegetarianos e veganos, as preocupações principais diferem. A maioria (73%) aponta a preocupação ambiental como a principal força de motivação, seguida de perto da preocupação com o bem-estar e direitos dos animais (69%).

De uma forma geral, os veggies são muito mais ativos em todos os comportamentos de compra relacionados com a sustentabilidade.

Quem e como são os vegetarianos em Portugal?
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A população em geral que não segue uma alimentação vegetariana também está empenhada em reduzir o consumo de carne, pelo menos é o que afirmam 41% dos portugueses. Olhando em particular para as carnes vermelhas, 34% da população afirma ter reduzido o consumo, bem como de enchidos, número que sobe para os 37%. O consumo de aves, por sua vez, diminuiu apenas em 8%. O consumo de laticínios também registou um decréscimo: 19% da população reduziu o consumo de leite, 13% o de iogurte e 19% o de queijo.

O consumo de legumes e de leguminosas tem vindo a aumentar, tanto entre vegetarianos e veganos como no caso de quem ainda come carne e peixe frequentemente. Entre os veggies, o aumento foi de 59% e entre os omnívoros foi de 38%, segundo dados de 2021.

O estudo destaca ainda o facto de a pandemia provocada pela covid-19 não ter tido um impacto negativo na evolução do número de veggies, verificando-se, precisamente, um aumento neste número (+34% em comparação com 2019).

Sobre o Estudo

O estudo pode ser consultado online. Foi realizado entre os dias 10 e 15 de junho de 2021, através de questionários online, tendo contado com uma amostra total de 1.012 participantes, com idade superior a 18 anos e residentes em zonas urbanas ou rurais do país. A amostra é representativa da população portuguesa através de diferentes variáveis: sexo, grupo etário, área geográfica e estratificação de habitat. A margem de erro fixou-se nos 3,1%.

Artigo da autoria de Bárbara Baltarejo para a Associação Vegetariana Portuguesa