A aventura começa aos nove anos, no Guincho, onde vive. Teresa Bonvalot ocupa o primeiro lugar do ranking do Circuito Nacional de Surf ProJunior 2014 Feminino e integra a Seleção Nacional de Surf Júnior (sub 16 feminino). Aos 14 anos, a estudante não dispensa a sua praia preferida, a do Guincho. Carissa Moore e Kikas são os seus surfistas preferidos. «Cada vitória que alcanço numa etapa é sempre um momento alto, um momento que fica guardado na memória», desabafa.
Quando se aventurou mar adentro com uma prancha de surf?
Como passava muito tempo na praia, fazia bodyboard, para me divertir, e achava que o surf podia ser mais giro e, então, tive a iniciativa de pedir aos meus pais. Como um tio meu fazia surf deu-me a primeira aula. Gostei muito e, com a ajuda do meu pai, continuo e estou a adorar.
Uma vez que o surf requer um esforço acrescido, como são os seus dias?
Agora que estou de férias, tenho mais tempo para surfar e descontrair, porque em tempo de aulas estou o dia todo na escola e, depois, tenho treinos. Acaba por ser um dia a dia normal, mas em vez de estar mais com os meus amigos, quando tenho tempo livre, estou a surfar.
Em que consistem os treinos de uma surfista profissional?
Simulamos hips, uma manobra específica que, num determinado tempo, temos de tentar fazer. E tentamos fazer manobras mais progressivas…
Além dos treinos, a alimentação tem, neste contexto, um papel preponderante...
Acho que é muito importante. Um atleta precisa de ter cuidado com o seu corpo e com o que come.
Portanto, tem de comer comida saudável e de tudo um pouco. Mantém uma linha saudável entre os estudos e o surf?
Até agora, tenho tido notas razoáveis na escola. Tem sido positivo.
O apoio dos pais é importante nestas alturas?
É importante. Normalmente dizem o que está correto e o que está errado. Claro que quando nos corrigem alguma coisa temos de ver que, às vezes, estão certos. Afinal, só querem o nosso melhor.
Quais foram os momentos altos da sua carreira?
Cada vitória que alcanço numa etapa é sempre um momento alto, um momento que fica guardado na memória.
Quer dar exemplos?
A minha primeira vitória na Liga Moche, no ano passado [2013]. É um momento que irei guardar para toda a vida.
Em que praias mais gostou de surfar, dentro e fora do país?
No Guincho, na Poça, em Peniche… De norte a sul de Portugal há praias com boas ondas. Das praias lá fora, gostei do Havai e de várias praias, como a típica (Banzai) Pipeline, que toda a gente sabe o que é. E as viagens que fiz para representar Portugal…
Por que etapas já passou este ano? Já cumpriu os objetivos programados para 2014?
Não, ainda não cumpri, porque o ano ainda não acabou e, para cumprir esses objetivos tem de ser até ao final do ano. Os objetivos são a Liga Moche, onde quero dar o meu melhor e tentar ganhar, ser campeã nacional. No Pro-Júnior Europeu também quero obter o melhor resultado.
Em que competições já entrou?
A mais importante, em Portugal, é a Liga Moche, porque é uma etapa em que entram os melhores surfistas de Portugal e onde há muito nível, quer nas raparigas, quer nos rapazes. É uma etapa que todos gostamos de fazer. Já tive também a oportunidade de entrar no WCT [World Championship Tour] das raparigas, que é o campeonato mais importante do mundo, onde entram as 16 melhores do mundo… Adorei!
O incidente de Maya Gabeira, no ano passado, na Praia do Norte, Nazaré, influenciou a sua atitude perante o mar?
A Maya faz ondas grandes, enquanto eu faço competição e ondas normais, não de 20, mas de um metro. Todos nós devemos ter respeito pelo mar. Acredito que ela tenha o mesmo respeito, mas trabalhou para aguentar aquele mar, apesar de não ter corrido tão bem desta vez, mas continua a tentar.
Até onde a leva o surf?
Quero chegar ao topo e vou trabalhar para isso.
Texto: Patrícia Serrado
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