Chama-se Cláudia Piloto Concept e envolve, cabelos, corpo, bem-estar e saúde, tudo o que a filha de Lúcia Piloto sonhou conseguiu concretizar há quatro anos.
De bem com a vida, espera a chegada da quarta filha com o mesmo entusiasmo da primeira e sonha com o dia em que vai conseguir ajudar os outros a serem felizes.
Como é que começa o seu gosto por estas coisas ligadas à beleza?
Esse gosto sempre tive para mim, para me arranjar e sentir-me bonita. Afinal eu ia ser bailarina, nunca me passou pela cabeça ser cabeleireira.
Tinha aulas de dança?
Era bolseira do Rui Horta e pertencia à Companhia de Dança de Lisboa, mas acabei por não seguir com receio de ser só bailarina. Se fosse hoje tinha seguido mesmo porque agora já são muito mais multifacetados: cantam, dançam, fazem tudo.
Acabou por ser influenciada pelo trabalho da sua mãe?
Sem dúvida. Sou como as minhas filhas, ia ter com a minha mãe ao cabeleireiro do Saldanha aos fins de semana e comecei a gostar desta área naturalmente, porque quando era pequenina nunca fui dada a pentear bonecas nem nada disso.
Em casa gostava de se maquilhar e de se pentear?
Adorava pintar as unhas e maquilhar-me, mas só a mim, não era nada o género de fazer a outras pessoas.
A primeira vez que pensou fazer às outras pessoas, tinha que idade?
Era muito nova, foi por volta dos 17-18 anos.
Pediu à sua mãe para a ensinar?
Não. A minha mãe nunca me ensinou. Eu ia para os desfiles com ela e ia observando mas só depois de ir para Paris fazer o curso de corte e de consultoria de imagem, é que comecei a trabalhar profissionalmente.
Ainda com a sua mãe?
Sim. Trabalhei 12 anos com ela. Fui a primeira, mas a minha mãe chegou a ter as três filhas a trabalhar com ela.
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Até que decide autonomizar-se e voar sozinha?
Vim para o Estoril em 2007. Como em todas as famílias, quando há um negócio de família, e a estrutura está montada, é óbvio que haja opiniões divergentes e por isso tem de se chegar sempre a um consenso. E eu como não queria chegar a consenso nenhum e gostava de ter as minhas ideias e pô-las em prática rapidamente, lancei-me com todos os riscos inerentes a isso.
Correu logo bem?
No início as coisas não foram nada fáceis, como em qualquer negócio e em qualquer primeiro ano, mas agora estou muito contente. Queria muito criar um espaço de bem-estar e este pareceu-me ideal. Aliás, quando vim para o Estoril, os meus pais ainda nem sequer tinham aberto o SPA na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, eram só cabeleireiros.
O que é que este espaço tem que lhe enche as medidas?
É um espaço de bem-estar e saúde. Sou uma pessoa muito mais virada para o lado interior e isso num cabeleireiro é completamente inviável, por isso tive de criar a minha equipa.
Sente o apelo das coisas holísticas?
É verdade, tenho essa vertente e como trabalho com a psicóloga Vera Machaz, acabo por valorizar muito mais aquilo que faço.
As pessoas vêm ao seu espaço à procura de equilíbrio?
Tenho clientes que me procuram porque estão a precisar de fazer uma terapia ou de ter algumas consultas para se perceberem um pouco melhor. É que as pessoas andam muito confusas e como estamos a passar uma época muito complicada, muitas sentem-se perdidas. O meu objectivo é que as pessoas cheguem aqui e se sintam completamente à vontade.
Muitas vezes as pessoas não procuram ajuda porque acham que não precisam.
A nossa função é orientá-las. Entretanto vamos começar com workshops de auto-ajuda e auto-análise para grupos maiores. O que esta psicóloga da Oficina dos Sentidos faz é dar apoio sempre que as pessoas precisam.
Toda a gente se queixa muito da crise. Tem razões de queixa?
O que eu acho é que nós temos de trabalhar em vez de nos queixarmos. Obviamente há um decréscimo mas nós temos é de fazer face à crise, trabalhando mais e poupando mais.
Quantas pessoas emprega?
Neste momento, com a piscina a funcionar, cerca de 25 pessoas.
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De qualquer forma, o cabeleireiro ocupa um espaço muito importante neste espaço?
Sem dúvida. O cabeleireiro é importantíssimo, como são as outras vertentes do espaço. Na estética trabalhamos com a Gernétic, que é uma marca de gabinete referência.
Que idades têm as suas filhas?
Doze, dez e dois. E vem a quarta filha a caminho, estou grávida de sete meses.
Gostava de ter um rapaz?
Por acaso achei que ia ter, mas não faço questão. Adoro ter filhos e teria mais se pudesse.
Conciliar a vida pessoal com a profissional é fácil? Por exemplo, agora, que as crianças estão de férias, como resolve?
É facílimo porque as duas mais velhas montam e passam o dia inteiro nos cavalos e fazem programas de surf com os amigos que moram onde nós moramos. Como em Agosto vamos de férias, é facílimo. A bebé tem escola em Julho, em Agosto está connosco e em Setembro recomeça.
O seu marido ajuda-a na gestão do seu negócio?
O meu marido é meu sócio, dá-me algum apoio na parte financeira e depois tem as coisas dele.
O que a motiva?
Ser feliz e dar felicidade aos outros. Há-de chegar um dia em que eu vou conseguir ajudar as pessoas a serem felizes, é isso que estou a tentar construir. Tenho filhas cheias de saúde, eu também tenho, ainda tenho os meus pais cá e a minha avó e por isso não preciso de mais nada: a saúde é fundamental. E o trabalho também.
As suas filhas são o seu motor?
Completamente.
O que lhe dá prazer?
Gosto de pintar e de fazer os meus acessórios. Gosto muito de criar, seja o que for.
A sua casa é decorada por si?
Sempre. Estamos com obras em casa mas a recuperação foi toda feita por nós. O meu marido também é um artista, apesar de ser formado em Gestão, e as ideias são todas nossas.
A felicidade é o quê?
É sabermos viver o presente e um dia de cada vez que é a coisa mais difícil que há. Trabalhei isso durante muito tempo e cheguei à conclusão que nós vivemos em função do passado ou do futuro e nunca do presente.
Não valorizamos o que temos?
Nunca. Se valorizarmos as coisas do dia a dia a vida começa a logo a correr-nos melhor.
Encara a vida de uma forma positiva?
Muito positiva. Já tive fases muito negativas mas acreditei sempre que ia conseguir. Estou a começar esse percurso positivo, sem queixas, e esse é o ponto número um para a pessoa ser feliz.
Texto: Palmira Correia
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