Se procura estratégias para combater o aumento dos encargos, apresentamos três formas de fazer crescer o seu rendimento disponível, reduzindo as suas despesas mais elevadas.

1 – Reveja as condições do seu crédito habitação

No mês de maio, muitas famílias viram as suas prestações subir mais de 50%. E com este aumento, é natural que o rendimento disponível seja cada vez mais limitado.

Assim, é preciso tomar medidas e tentar renegociar as condições do seu crédito habitação, uma vez que ele representa um dos encargos mais elevados de um orçamento familiar.

Dito isto, caso tenha um crédito habitação com uma taxa variável e tenha visto a sua taxa de esforço subir para mais de 36%, então pondere beneficiar da medida implementada pelo Governo que “obriga” os bancos a apresentarem soluções que combatam o risco de incumprimento.

Entre estas soluções estão o aumento do prazo do contrato, diminuição temporária da taxa de juro, entre outras reduções de encargos.

No entanto, saiba que também é livre de renegociar as condições do seu crédito habitação, mesmo que não cumpra os requisitos para este apoio. Neste caso, é aconselhável pedir várias propostas para a transferência de crédito habitação para outras entidades. Assim, a sua margem de negociação aumenta junto da instituição financeira onde possui o seu crédito habitação.

Imagine que há uma entidade onde consegue obter um spread mais baixo e uma redução do preço dos seguros do crédito habitação. Afinal, este não é um cenário irrealista. Na verdade, já há bancos a aplicar spreads mínimos de 0,75%.

Nesta circunstância, pode mostrar ao seu banco que tem uma oferta mais vantajosa em mãos. Caso o seu banco não iguale ou melhore as suas condições, pondere transferir o seu crédito para uma entidade que cubra os custos desta alteração.

2 – Liquide ou consolide os seus créditos com taxas de juro mais elevadas

Tem créditos ao consumo por liquidar, como cartões de crédito, um crédito pessoal ou um crédito automóvel? Então saiba que ao amortizar ou liquidar um ou mais créditos pode aumentar significativamente o seu rendimento disponível.

Mas se o seu orçamento é limitado, o mais provável é estar a questionar-se como é que vai conseguir amortizar ou liquidar estes créditos. No caso de ter um imóvel, que esteja a pagar através de um crédito habitação ou sem ónus, pode pedir um crédito multiopções e obter um financiamento extra para liquidar um ou mais créditos ao consumo.

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O crédito multiopções tem condições equivalentes ao crédito hipotecário. Logo, as taxas de juro são mais baixas em comparação aos créditos ao consumo que possui. Se utilizar esse montante extra de financiamento para saldar os seus créditos ao consumo, fica com menos encargos e com maior liquidez mensalmente.

Contudo, tenha em conta que precisa de cumprir certos critérios como ter um LTV baixo e a sua taxa de esforço (contando com todos os créditos, incluindo o multiopções) não pode exceder os 50%.

Já no caso de não conseguir a primeira solução, se tiver pelo menos dois créditos ao consumo e todas as prestações em dia, pode tentar obter um crédito consolidado que junta todas as suas prestações de crédito ao consumo numa só, aplicando uma taxa de juro, geralmente, mais baixa.

Através da consolidação de créditos pode poupar até 60% em relação a todas as prestações que pagava anteriormente.

3 – Reveja atentamente a sua carteira de seguros, contratos e subscrições

Conforme a idade vai avançando, a sua carteira de seguros, o número de contratos e subscrições tende a aumentar. No que respeita aos seguros, é normal adquirir um seguro automóvel, de saúde, os seguros do crédito habitação, tanto o de vida como o seguro multirriscos, entre outros.

E, dependendo do número e tipo de apólices que possui, é normal ter coberturas que hoje em dia já não fazem sentido ou até que estejam duplicadas. Logo, pode estar a pagar um valor demasiado elevado por apólices desatualizadas. Se fizer uma análise minuciosa à sua carteira de seguros, pode poupar dezenas ou centenas de euros.

Quanto a serviços contratados, esta também é uma boa altura para rever as suas condições se quiser aumentar o seu rendimento disponível. Afinal, com a subida da inflação, muitas entidades aumentaram o preço dos seus serviços, fazendo disparar as faturas da eletricidade, gás natural e telecomunicações. Por isso, use comparadores, faça contas, veja se vale a pena continuar no mercado liberalizado ou mercado regulado.

No que diz respeito aos serviços de telecomunicações, primeiro informe-se sobre a sua fidelização (caso se aplique). Se não estiver fidelizado, então pesquise os preços praticados pela concorrência e tente negociar o seu contrato ou mudar o seu contrato para outra operadora.

Se tiver outro tipo de serviços contratado ou subscrições, analise quais são essenciais para si e quais já não têm a mesma utilidade de outrora. Caso não use frequentemente certas aplicações, talvez esteja na hora de cancelar estes serviços para ganhar uma folga no seu orçamento familiar.