A ansiedade financeira é um termo utilizado para descrever um estado de ansiedade, preocupação ou medo em relação às finanças pessoais, que pode surgir em diversos contextos, como crises económicas, perda de rendimentos ou poder de compra. A condição está associada, normalmente, ao receio de que os ganhos não sejam suficientes para fazer face aos encargos, gerando mal-estar, e até sintomas como crises de ansiedade, ataques de pânico, insónias ou cansaço extremo.

Neste artigo, conheça algumas estratégias que pode pôr em prática para assumir o controlo das suas finanças pessoais e garantir que a gestão do seu orçamento não se torna um problema.

Estratégias para evitar a ansiedade financeira

1. Faça um orçamento

Com a elaboração de um orçamento, terá uma noção exata de quanto ganha e de onde gasta o seu dinheiro. Neste orçamento, deve fazer um levantamento de todos os seus rendimentos e encargos, para conseguir comparar diretamente o que entra e sai da sua conta bancária.

Através desta organização, consegue facilmente perceber quais os gastos essenciais e não essenciais que está a ter. E, desta forma, identificar onde pode cortar, e direcionar o dinheiro de gastos desnecessários para uma poupança.

2. Faça uma revisão geral de encargos

No caso de ter identificado no orçamento familiar rubricas onde está a ter um maior gasto, pode rever esses encargos. Tudo o que seja despesas com contratos (eletricidade, gás, telecomunicações, seguros, crédito habitação) são passíveis de revisão. Se forem contratos em que a mensalidade depende do consumo que faz, procure poupar nos consumos. Mas se forem contratos com uma mensalidade fixa, dirija-se às respetivas entidades para negociar condições.

Em Portugal, a maior parte dos serviços são fornecidos por diversas empresas e, caso já não esteja satisfeito com as condições do seu contrato, mesmo após uma revisão, pode sempre mudar de fornecedor.

O mesmo se aplica ao crédito habitação. Se estiver com dificuldades em pagar as prestações do empréstimo, pode renegociar as condições contratuais com o banco. Nesse momento, pode (e deve) rever o spread, os seguros e produtos associados. Da mesma forma, pode sempre transferir o seu crédito para outra instituição bancária.

3. Evite novas dívidas (mesmo que seja para saldar outras)

Evite contratar novos créditos, mesmo que seja para amortizar outras dívidas. Os cartões de crédito têm as suas vantagens, mas caso o orçamento já esteja apertado, não é aconselhável ficar com outro encargo por pagar mais à frente.

Os cartões de crédito devem ser utilizados em situações específicas, como para facilitar certas operações, garantir liquidez financeira num determinado período ou usufruir de alguns benefícios.

Mas se recorrer constantemente a um cartão de crédito pode entrar numa espiral perigosa. Pelo que é preferível não acumular dívidas desnecessárias para evitar a ansiedade financeira.

4. Construa o seu fundo de emergência

Ter um fundo de emergência deve ser um objetivo central de qualquer família, uma vez que esta “reserva” pode servir para dar resposta a imprevistos, como, por exemplo, uma situação de desemprego. Se souber que vai conseguir pagar as contas durante algum tempo, mesmo nessa situação, ficará muito mais tranquilo.

Assim, é aconselhado que um fundo de emergência tenha um valor mínimo que cubra as despesas essenciais durante seis a 12 meses. Por exemplo, se gasta todos os meses, 1.000 euros em despesas da casa, água, eletricidade, gás, combustíveis e alimentação, o seu fundo deve ter, no mínimo, 6.000 euros.

Para isso, é essencial que todos os meses reserve uma parte dos rendimentos ganhos para alocar ao seu fundo, mesmo que reduzida.

5. Informe-se, leia e aprenda sobre literacia financeira

Informação é poder. Por isso, para evitar a ansiedade financeira, é importante estar informado sobre literacia financeira, e atualizado sobre os principais temas da atualidade que possam afetar as suas finanças pessoais.

Quanto mais conhecimentos tiver, maior vai ser a sua capacidade de análise para tomar melhores decisões. Tanto ao nível da poupança como do investimento.

Para isso, pode ler artigos informativos em jornais, revistas, sites credíveis, estar atento a certos programas de televisão, reportagens, ou, inclusive, fazer formações e workshops sobre o tema.