Eram nove horas da manhã de sábado e a fila
para entrar já dava uma volta ao quarteirão, algures perto
de Russell Square, em Londres. A expetativa era grande
e o entusiasmo dos participantes visível.
Todos sabiam
que tinham de chegar cedo para ficar com os melhores
lugares no seminário «I can do it», organizado pela
conhecida editora de livros de autoajuda Hay House.
O fim de semana, que
estava esgotado há mais de um mês, ia
ser preenchido com oradores conhecidos mundialmente
pelos livros já publicados e pelas novas tendências de
autoajuda e desenvolvimento pessoal que defendem. No auditório, as cerca de mil pessoas entravam para
o espaço daquele que era anunciado como o maior evento
mundial para a trilogia mente, corpo e espírito e travavam
conhecimento com quem se sentava ao seu lado.
Mas o que traz tanta gente a este tipo de evento
e o que procuram? A maioria dos participantes eram
mulheres, mas também se encontravam alguns homens,
habitualmente menos assíduos nestas reuniões. Sinal de
que o sexo masculino está cada vez mais atento ao poder
da mente. A faixa etária dos participantes rondava os
40-50 anos e, na audiência, era fácil encontrar mulheres
que se encontravam num ponto de viragem, ou porque se
divorciaram, ou procuravam um novo rumo profissional
ou tentavam encontrar uma nova direção nas suas vidas.
Vencer o inimigo
Tudo está bem! Esta é a frase da
primeira página do caderno que nos
foi oferecido à entrada, e é uma das
afirmações positivas de Louise
L. Hay, a mulher que, aos 86 anos,
é conhecida como a mestre e é
dona de um império editorial (Hay
House) na área da formação e dos
livros de autoajuda. Estava dado o
mote para o início do evento. O primeiro orador da manhã foi
Wayne W. Dyer, psicoterapeuta e
autor de bestsellers como «Chega de
Desculpas», «O Poder da Inspiração»,
«As Suas Zonas Mágicas», entre
outros, editados em Portugal.
A
plateia levantou-se para receber o
homem que, após um diagnóstico
de leucemia, aos 70 anos, controlou
a doença através do poder da sua
mente. Durante duas horas e meia,
este orador nato andou pelo palco a
contar uma série de histórias que, no
essencial, nos aconselham desligar-nos mais do nosso ego e a
acreditar que ao encontrar a nossa
alma (um lugar invisível dentro de
nós) estaremos sempre apoiados.
Outra das grandes lições de Wayne é
que a nossa alma é infinita e, por isso,
não pode ficar numa caixa fechada,
e a melhor forma de impedir que
isso aconteça é seguir aquilo que
nos apaixona.
A última meia hora do
espaço deste autor foi preenchida
com a convidada Anita Moorjani,
uma mulher indiana que espantou
o mundo da medicina ao recuperar
de um cancro que a tinha posto às
portas da morte, em menos de um
mês. Anita Moorjani contou a sua experiência
à audiência e justificou que foi o
medo que tinha de viver que fez
desenvolver esta doença. No final do
seu discurso, que emocionou até às
lágrimas os presentes, revelou o que
viu e sentiu nos momentos em que
esteve quase a morrer e como foi
através do seu poder para controlar
os pensamentos negativos que
optou por viver, recuperando quase
instantaneamente.
Uma história
contada na primeira pessoa que soou
a milagre, mas que nos ensinou que
não podemos viver com medo.
Depois do almoço ouvimos mais
cinco oradores que, com diferentes
ângulos, defendiam que temos
de acreditar e viver com plenitude
os nossos sonhos. Se ainda não os
localizámos, temos de procurar
o que mais nos entusiasma e o que
nos faz sentir felizes.
Veja na página seguinte: O despertar da consciência
No dia seguinte, o ambiente A sua mensagem mais importante Mostrar como é determinanteDespertar a consciência
continuava frenético e, com muitas
amizades conquistadas, já se
conversava sobre o futuro e discutia-se sobre o que disseram os oradores.
A primeira sessão da manhã foi
aberta com Louise L. Hay, que fez a
audiência vibrar com as suas palavras.
À mestre juntou-se a autora Cheryl
Richardson, com quem conversou.
consistiu em despertar a nossa
consciência para a importância dos
pensamentos, desde a altura em que
acordamos até nos deitarmos.
gostar da vida que vivemos deve ser outra prioridade. Um dos exemplos utilizados foi o facto de olharmos para o nosso guarda-roupa e dizermos que não temos
nada para vestir! O que aconselham
é evitar este tipo de afirmações e
cultivar uma atitude em que nos
sentimos bem com o que temos.
Ao controlar as nossas afirmações
negativas, conseguimos manter uma
auto-relação positiva e feliz, e ao
localizar os pensamentos negativos
conseguiremos sempre mudá-los.
Outro dos pontos altos do segundo
dia foi a intervenção de Brian Weiss,
um especialista em reincarnação e
exploração de vidas passadas como
uma forma de terapia para resolver
fobias. Segundo este psiquiatra, nós
não somos seres humanos mas sim
seres espirituais que estão a viver
uma experiência humana. Durante
cerca de meia hora, toda a audiência
tentou fazer uma regressão ao
passado e as cerca de mil pessoas que
estavam presentes fecharam os olhos
e seguiram as palavras do autor.
A seguir, o autor John C. Parkin,
através da sua terapia F**k it, pôs toda
a audiência a cantar uma música que
ele próprio criou para ultrapassar
os seus medos de a apresentar em
público. Be real, be true... feel free to
follow your heart whenever it takes you... Seja real, seja verdadeiro... e sinta-se
livre para seguir o seu coração onde
quer que este o leve!
Mas uma das intervenções mais
marcantes deste dia, tendo em conta
os tempos de crise que vivemos, foi
a da Marie-Claire Carlyle, que através
do conceito do íman do dinheiro
revelou os segredos para atrair e
fazer mais dinheiro. No essencial, é
importante desenvolver uma nova
mentalidade que passa por ter atitude
positiva para atrair mais dinheiro,
fazendo-o surgir em abundância. Foi nesta altura que os participantes
no evento se concentraram em
descobrir como é que podem
alinhar o seu lado consciente com o
inconsciente, para conquistarem mais
dinheiro.
Foram dois dias de intensos
pensamentos positivos, inesquecíveis
pelo poder que transmitiram, e de
exploração de novas realidades
intangíveis, mas que podem vir a
fazer a diferença na nossa vida.
Participei neste seminário sem
expectativas, mas depois de ouvir
tantos ensinamentos, quem sabe
se não se abrirão novos rumos?
6 passos para conseguir o que quer na vida
1.
Imagine que
algo que queremos
que aconteça
é possível.
2.
Desenvolva
uma boa atitude.
3.
Pratique a
gratidão.
4.
Encare os altos
e os baixos como
normais.
5.
O que quer que
faça, faça-o com
simpatia e amor.
6.
Sempre que
o medo surja,
tente rir ou
dançar, e recorra
a afirmações
positivas para
controlar esses
receios.
Aprenda com os especialistas
«O presente é que cria o passado e por
isso temos de viver
no presente», refere Wayne W. Dyer,
psicoterapeuta.
«Todas as manhãs
digo a mim própria
que gosto muito
de mim e que vou
ter um dia ótimo!
Porque são os
nossos pensamentos
que criam o nosso
futuro», recomenda Louise L. Hay,
a mestre dos autores
motivacionais.
«O seu nível de
riqueza não é
determinado por
quanto ganha. Mas
sim por quanto lhe
sobra no final do
mês para investir
em si», sugere
Marie-Claire
Carlyle,
autora motivacional.
Texto: Sofia Ramos
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