
Para quem, durante praticamente 20 anos, cresceu a usar única e exclusivamente roupa interior tradicional, a pandemia COVID-19 veio transformar a forma como me vestia no dia a dia. Os diferentes confinamentos, juntamente com o facto de ter ficado em teletrabalho durante quase dois anos, fizeram-me repensar as minhas escolhas de vestuário, começando a dar prioridade a peças de roupa descontraídas, em tecidos confortáveis e fit oversize.
Como este tipo de artigos não faziam parte do meu guarda-roupa, uma das primeiras compras que fiz, em março de 2020, foram dois pares de sweatshirts e joggers de fato de treino cardados, juntamente com alguns soutiens desportivos. Desde então, converti-me por completo aos modelos sem aros de metal, colchetes e confecionados em materiais elásticos que, apesar de serem sido desenvolvidos para contexto desportivo, passei a usar no dia a dia. Passados cinco anos, continuam a ser a minha escolha de eleição quando preciso de renovar o stock de roupa interior.
Posto isto, o SAPO Lifestyle decidiu experimentar dois dos mais recentes lançamentos primavera-verão de roupa interior sem costuras da marca Sloggi: o soutien top e cueca cavada de cintura subida da nova gama Zero Feel Bliss na cor silk white e o soutien bralette e tanga da gama clássica Zero Feel na cor cacao.
Vantagens

A principal diferença ao usar qualquer item da gama Zero Feel e Zero Feel Bliss é a suavidade e a leveza do material que são bastante superiores em comparação com outros modelos que já experimentei. Dos dois conjuntos em teste, o primeiro sobressai ao proporcionar uma sensação suave e sedosa ao vestir e ao entrar em contacto com a pele. O efeito macio, especialmente notório na cueca tanga, eleva a sensação de conforto, fazendo com que esta peça de roupa interior pareça quase como uma segunda pele.
Sendo que os soutiens desportivos a que estava habituada a usar eram confecionados em tecidos um pouco mais grossos e continham alças ajustáveis, estava curiosa para perceber como é esta peça se ia comportar ao nível do suporte. Ainda que, à primeira vista não pareça, a verdade é que o material fino e leve de ambos os soutiens sem costuras não comprometeu em nada o apoio.
Mesmo tendo um peito pequeno, a espessura média das alças, juntamente com o tecido duplo e a tecnologia de termocolagem, proporcionou um suporte eficaz sem agredir ou marcar a pele. Apesar de as alças não poderem ser ajustadas nos modelos testados, é de destacar que estas se mantiveram no lugar e não descaíram ao longo do dia, algo que acabava por acontecer em alguns dos modelos indicados para a prática de exercício físico.
Enquanto fã de soutiens com maior cobertura, o top Zero Feel Bliss - por ser ligeiramente mais subido à frente e apresentar um design que desce e se ajusta ao corpo como se fosse um pequeno top – foi o que mais se destacou, graças à sensação de aconchego e apoio extra que proporciou durante o período de experimentação, sem nunca marcar o corpo. Devido ao seu corte mais alto e à ligeira compressão, a cueca cavada de cintura subida da mesma gama mostrou ser uma opção confortável para usar especialmente durante o ciclo menstrual, época em que privilegio este tipo de peças íntimas.
Embora nunca ter sido adepta de modelos com corte em V e com efeito push up, fiquei bastante surpreendida com o bralette da Zero Feel. Tendo em conta que a última vez que usei um soutien push up foi durante a adolescência e as memórias não eram as melhores devido ao incómodo causado, este modelo consegue eliminar essa sensação de desconforto ao mesmo tempo que eleva o peito de forma bastante natural e discreta. O facto de ter um decote em V, tanto à frente como atrás, acabou por se tornar vantajoso ao usar partes de cima que, por serem mais decotadas ou abertas nas costas, exigiam um design diferente.

Em relação à tanga que completa o look, destacou-se por não ser demasiado reduzida ou marcar sob a roupa e achei interessante o facto de o seu corte em V permitir várias utilizações, podendo ser usada de forma normal ou puxada mais para cima.
Para além de serem seamless – um termo utilizado para designar a roupa interior sem costuras e pespontos visíveis –, o facto de ambas as gamas eliminarem os colchetes na zona das costas, os aros de metal no interior das copas e as presilhas, faz com que nos dois modelos testados seja possível chegar ao fim do dia sem qualquer tipo de desconforto causado por estes detalhes ou pelas etiquetas – que eram habituais neste tipo de peças desportivas.
Sobre como os artigos se comportavam debaixo da roupa, a tecnologia de termocolagem incluída na gama Zero Feel permite criar uma aparência praticamente invisível mesmo com peças mais transparentes, o que, que no meu caso, sempre foi uma preocupação, especialmente ao usar t-shirts de cores mais claras ou blusas em materiais mais finos e translúcidos.
Apesar de pessoalmente preferir tecidos lisos e cores neutras neste tipo de segmento, o design é outro dos pontos fortes da lingerie da Zero Feel Bliss. Esta gama é uma opção moderna e divertida para quem quer fugir das cores tradicionais e da renda clássica. A par disso, ambos os conjuntos têm a vantagem de poderem ser combinados com diferentes opções de bodywear, que podem ser sobrepostas entre si, e terem copas interiores removíveis, permitindo que possam ser ajustadas ou retiradas consoante o efeito pretendido, adaptando-se a diferentes necessidades e tipos de silhuetas.
Desvantagens

Embora a Zero Feel e a Zero Feel Bliss disponibilizarem uma variedade de tamanhos que vai do XS ao XXL, verifica-se uma certa limitação dos modelos comercializados. Ainda que ambas as gamas incorporem pelo menos uma opção com alças ajustáveis e colchetes, nenhum modelo pode ser ajustado ao formato do decote. Ao não incluírem essa vertente multifunções, acabam por limitar a utilização dos soutiens, tornando-os incompatíveis com peças de vestuário mais decotadas ou que exijam a ausência de alças, como é o caso de tops halter, assimétricos ou cai-cai.
Nos modelos testados, a cor cacao (rosa escuro) do conjunto Zero Feel destaca-se por ser mais versátil do que a silk white (branco), podendo ser usada com praticamente qualquer parte de cima, independentemente da sua tonalidade. Apesar de a renda gráfica, bem como a bainha e cós ondulado darem um toque mais moderno ao modelo Zero Feel Bliss, essas características acabam por ser mais limitativas e não apelar a tantos perfis de consumidores como as opções mais básicas.
Outra questão prende-se com o nível de suporte. Como tenho o peito pequeno é difícil perceber se quem tem o peito maior – e que esteve sempre habituada a usar modelos com copas, aros de metal e alças ajustáveis – se irá adaptar com a mesma facilidade a partes de cima seamless e obter o mesmo tipo de suporte.
Para quem dá preferência a um conjunto de roupa interior com acabamento invisível e que não deixe marcas debaixo da roupa, está limitado apenas à gama Zero Feel que, das duas, é a única que incorpora essa característica.
Considerações finais

Para quem sempre usou roupa interior tradicional e pretende experimentar uma gama sem costuras e sem aros, a Zero Feel e a Zero Feel Bliss são boas opções para perceber como se adapta a este tipo de lingerie. Apesar de ambas privilegiarem o conforto, suavidade e serem ideais para o uso diário, o best-seller Zero Feel é uma boa aposta para quem pretende um design mais simples e discreto, enquanto a recém-chegada Zero Feel Bliss adequa-se a quem prefere uma opção mais moderna e arrojada.
Ainda que qualquer um dos conjuntos de lingerie seja um bom investimento, é necessário analisar qual o modelo de soutien e cueca que melhor se adequa às suas necessidades diárias, à sua silhueta e ao seu estilo de vida.
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"Em teste" é uma rubrica ocasional do SAPO Lifestyle, em que testamos equipamentos e produtos. A opinião demonstrada no artigo é da responsabilidade do autor, não tendo qualquer influência da marca.
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