A questão que precisamos de conseguir compreender e responder é:
Será que fazemos uma gestão equilibrada dos pensamentos e conseguimos discernir entre pensamentos positivos e construtivos Vs. pensamentos negativos e tóxicos?
Os nossos pensamentos consomem uma quantidade enorme de energia e concentração, por isso mesmo, importa fazer um escrutínio sobre os seus efeitos imediatos no dia a dia. Por exemplo, pense no tempo precioso que desperdiçamos quando ficamos excessivamente preocupados, quando antecipamos cenários catastróficos, sobre o futuro, fruto da ansiedade e do medo, mas que na realidade nunca chegam a acontecer. A preocupação também pode ser contagiante, quando por vezes ficamos a cismar e a remoer sobre determinados assuntos negativos após assistirmos a noticias na televisão, nos jornais, revistas e ou em conversas com outras pessoas. Quando estamos preocupados, é-nos difícil pensar que existe outro mundo para além daquele que estamos a sentir, aceitamos a realidade que nos é apresentada.
Dedique uma parte do seu dia aos pensamentos positivos e construtivos
Tendencialmente, procuramos os pensamentos negativos, devido ao estado de alerta e de stress no dia a dia. Fomos concebidos para gerar comportamentos instintivos à nossa sobrevivência, todavia, podemos inverter a tendência evolutiva de preservação da espécie diante da adversidade, para evoluirmos a consciência a um nível mais inteligente e transcendente.
Segundo a psicologia, a atividade de pensar implica: 1. Conceber 2. Julgar 3. Raciocinar e 4. Ordenar.
Imagine que está a viajar no seu carro. Circula numa faixa da estrada cheia de buracos e perigosa, após constatar esta situação, instintivamente, opta por escolher outra faixa de rodagem mais segura e normal. Expandindo a perceção sobre os acontecimentos e as crenças, podemos fazer o mesmo exercício com os pensamentos. Se estamos excessivamente preocupados, podemos optar pela esperança, a confiança e a fé?
Não são os pensamentos que direcionam o rumo da nossa vida, somos nós próprios
Podemos seguir a logica de que se não possuirmos o talento para desenvolver determinadas competências, podemos cria-lo. Alguns exemplos mais comuns: aprender uma língua estrangeira, aprender a tocar um instrumento musical, etc. Quanto mais conseguirmos automatizar este processo sobre a perceção da qualidade dos pensamentos, mais aptos estaremos a inovar em tarefas cognitivas mais complexas. Criamos e percecionamos a realidade de uma forma subjetiva e ativa.
- Monitorize e desafie legitimidade das crenças automáticas negativas, que são a fonte e reforçam a preocupação e a ansiedade.
- Não lute contra os pensamentos negativos, aceite-os. Assim está a retirar-lhes peso e relevância. Interprete-os como um jogo mental do seu cérebro. Costumo dizer, por vezes, que o nosso cérebro diverte-se imenso pregando-nos algumas partidas: os pensamentos intrusivos, matutar na preocupação e os erros cognitivos são um bom exemplo disso.
- Opte por mudar de faixa de rodagem; Treine - pensamentos negativos vs. pensamentos positivos.
«Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens», Fernando Pessoa.
Por João Alexandre Rodrigues
Addiction Counselor
Tel.:91 488 5546
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