Apesar de comprovadamente ser o par de necessidades psicológicas com mais impacto no nosso bem-estar, este equilíbrio é raramente realizado por nós de forma consciente, sendo essencialmente referido e aplicado como partes separadas do nosso funcionamento psicológico. No entanto, não é bem assim.
Por exemplo: quando lhe apetece ver televisão, como escolhe o que vai ver? Apetece-lhe sempre ver algo que nunca viu? E se sim, é um filme – algo mais longo – ou uma série – algo mais curto? Ou apetece, por vezes, ver algo que já viu? Algo que já conhece bem ou que quer rever? O mesmo se passa com a música que ouvimos ao procurarmos um novo álbum ou banda para alargar o que conhecemos ou ao ouvir o que precisamos naquele momento; ou com a comida, quando experimentamos algo novo ou quando vamos ao nosso restaurante de eleição.
O que faz esta diferença é, na maioria das vezes, a forma como a nossa necessidade de novidade e/ou tranquilidade está satisfeita. Quando precisamos de novidade, será mais provável procurarmos algo novo, algo que nos estimule, interesse e crie o elemento de novidade em nós. Quando precisamos de tranquilidade, é normal que a nossa selecção recaia sobre algo que já conhecemos e que, de alguma forma, nos é confortável, que sabemos que é bom, que encaixa de forma natural em nós e, por isso, nos conforta, transmitindo tranquilidade. No dia a dia, é este movimento que fazemos de forma muito automática, mas que deveríamos fazer de forma mais consciente por ser essencial a presença de ambos na nossa experiência de vida diária.
Num quotidiano marcado por dias preenchidos de actividades, o equilíbrio entre novidade e tranquilidade é essencial para o nosso bem-estar, ou seja, é um dos pontos de partida mais importante para a nossa melhor acção. Assim, existem algumas regras que devemos ter em mente para que este equilíbrio seja feito por nós, seja de forma mais automática ou de forma mais consciente para agirmos sobre as nossas próprias necessidades.
1. Proporcione, a si e aos seus, momentos de descoberta, de procura e de aquisição de novas sensações, seja por ver coisas novas, por conhecer novos locais ou por experienciar novas sensações. Procurar e sentir novidade é das coisas mais naturais do Ser Humano e devem ser promovidas. O que devemos ter em atenção é procurá-la de forma saudável e não apenas deixar que o dia a dia nos dê a novidade dos acontecimentos corriqueiros.
2. Tenha atenção a si, aos sinais do seu corpo e da sua mente para perceber quando estará saturado de novidade nesse momento. Há momentos onde estamos cansados e cheios de informação que precisamos de digerir e temos de conseguir permitir-nos a parar, a esperar, a respirar. Dar tempo a nós próprios é fulcral para o nosso bem-estar!
3. Reserve um momento, todos os dias, para não fazer activamente nada, para não procurar novidade, para apenas estar, sem questões nem porquês. Apenas respirar e sentir o que está à sua volta e dentro de si. Isto é tranquilidade. Sem novidade, apenas o que é. Aceite estes momentos, pois serão essenciais no seu bem-estar.
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