Há uns dias, falavam-me sobre um amigo que se tinha numa elevadíssima conta. Um amigo 'sem grande capacidade física', sem traços de beleza, que se comportava como se fosse um 'herói'.
Um homem que se tem a si próprio em tão elevada consideração que conseguiu, entre outras coisas, uma função invejável numa empresa invejável, e uma mulher de uma 'liga muito superior'.
Achei graça aos comentários. Não havia inveja. Antes uma surpresa incrédula. Quase que podia ouvir por debaixo destes comentários: 'a lata!? Como é que ele se acha superior a nós, os outros?!'
Ainda resiste em nós uma crença, mais ou menos vincada, de que os 'mais bonitos' têm a vida mais facilitada. Que aos outros resta penar toda uma vida para atingirem resultados, na maior parte, pouco acima do mediano.
Beleza ou porte físico à parte, o que este amigo tem é uma atitude de vencedor. Nós rotulamos com frequência de 'bonito' (entre outros adjetivos) todos os outros a quem aumentamos capacidades. E quase nunca usamos estes rótulos para nos descrever a nós e às nossas reais capacidades.
Procurei saber mais detalhes sobre a pessoa, sobre a forma como se comporta e fala, sobre como faz para obter o que procura. Encontrei uma atitude determinada. Focada nos resultados.
Ele vê a meta antes de muitos outros, com certeza. ele sabe onde quer chegar. Sabe, com certeza, como se vai sentir quando lá chegar. Não tem qualquer dúvida de que vai num determinado sentido, vai lá chegar e vai ser ele a determinar as condições. Essa é a atitude de conquista. Com confiança a transbordar.se fosse piloto de Fórmula1 ele teria bem clara a imagem da bandeira, do calor da estrada, o abraço da multidão, a frescura do espumante lançado sobre os 3 primeiros.
É o que lhe permite perceber muito rapidamente o que tem de fazer para lá chegar. É o que lhe dá uma vantagem competitiva muitíssimo forte.
E esta vantagem competitiva é tão mais forte quanto a tendência, a nossa de 'comuns mortais' É para nos julgarmos. Para nos diminuirmos.
É que quando nos julgamos por antecipação, cobrimos a nossa visão dos objetivos de nevoeiro. De repente já nem conseguimos ver a meta, quanto mais imaginarmos a força da multidão de espectadores. Qual espumante? Só nos lembramos de pneus que saltaram, timings que derraparam...
E se nos educarmos a ter aquela atitude conquistadora e mais destemida? Se conseguirmos ver para além dos impedimentos? Se nos conseguirmos visualizar de facto a arrancar a fita da meta com garra. com vontade. E sobretudo com a confiança de que somos capazes. Tão ou mais capazes do que outros. O que importa é confiarmos em nós.
E não pode haver espumante mais saboroso do que este que nos diz que cumprimos. Que nos superamos. Que vamos mais além.
Quer ter a atitude certa para si?
Cláudia Nogueira
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