Diversas leituras podem justificar a diferença entre umas e outras - as que nos acompanham e aquelas que largamos assim que tivermos hipótese. Uns martirizam-se por deixarem mais uma vez pelo caminho o que nunca conseguem concretizar. Outros, um pouco mais sábios, já aprenderam que essas, as que ficam pelo caminho, na verdade não devem ser nossas, pois se as esquecemos, se nos queimam as mãos, se , se...
O que os mais 'sábios' já aprenderam é que há uma subtileza na linguagem que vai muito além das palavras. Está evidente nos actos. na verdadeira intenção que está por detrás de cada uma das intenções que lançamos para nós próprios. Chamemos a esta subtileza o pensamento positivo. O facto de acreditarmos em algo que de verdade nos move.
E não percamos de vista que esta crença tanto vale para o que queremos de verdade como para o que queremos que não chegue a nós. Sentimos da mesma forma, ainda que em sentido diametralmente oposto.
Há uns dias, propus à minha filha de 10 anos que quando dissesse algo de negativo (o que lhe acontece com alguma frequência), pensasse de imediato em algo positivo. Seria bom, disse-lhe, não só para a distrair do mau, para a 'ensinar' a valorizar o bom.
Quando me disse que uma amiga lhe torceu um braço, lancei-lhe um olhar de desafio, para que procurasse algo positivo. Para minha surpresa, a resposta foi: 'boa, não me torceu o outro!' - o positivo que encontrou era pouco e a atitude azeda, acompanhava o pouco entusiasmo pela minha teoria.
Esta, confesso, não era a resposta que eu esperava. E no entanto este tipo de resposta é, na maior parte das vezes, aquela que nos surge: uma ideia pouco entusiasmante, quase nada aliciante e, sentimos, nós, que não impele à acção.
Se assim lançarmos as nossas intenções para cada nova etapa - de forma pouco convicente, sobretudo para nós, se não sentirmos o ganho, evidente -, o resultado será zero. pensar em 'fazer dieta', tendo em mente que vai passar fome; ou que é desta que se torna ginasta ou maratonista, mas não perde de vista o conforto dos lençóis, lamento, mas não será assim que o vai conseguir.
Pensemos então no que definitivamente queremos. Basta uma ideia. Olhemos bem para ela. 'Olhos nos olhos' se possível. Vejamos como e onde brilha, onde estão as sombras. Acolhamos o seu peso e forma, 'vestindo-a' se tal for possível. Sentido como nos altera. Escreva tudo, se gostar de voltar às palavras. Liste ideias ou atributos, se for o que mais lhe convém.
Tem a sua ideia bem clara? Tire-lhe uma fotografia mental, grave as palavras que vai repetir para si ao longo dos proximos tempos. Reserve. Consuma oportunamente.
Garanto-lhe que essa ideia vai chegar a bom porto!
BOM ANO 2018
Texto de: Cláudia Nogueira
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