Apesar de cada criança se desenvolver de forma diferente, o processo de transição para os alimentos sólidos, como cereais, fruta, legumes, carne e peixe, não é aleatório.
O crescimento e o desenvolvimento tão acelerados da criança nestas fases exigem um aporte energético muito maior do que em idades posteriores.
No entanto, a instabilidade metabólica e a imaturidade dos fermentos digestivos nesta fase levam a que se inicie a alimentação diversificada nunca antes dos quatro meses e, se possível, depois dos cinco/seis meses, principalmente se a criança estiver a ser amamentada.
Um processo gradual
Todas as mudanças nas fases de crescimento das crianças envolvem tempo, paciência e muita tranquilidade por parte dos pais e esta não é excepção.
A introdução de novos alimentos deve ser gradual e suave, respeitando o comportamento do bebé e nunca o forçando a comer. O segredo é estimulá-lo de forma carinhosa.
Na prática, a criança passará a encontrar alimentos de consistência diferente e será obrigado a engoli-los sem recurso à sucção. Por si só, o facto de ter de aprender a engolir já é uma novidade, para além do mais, terá de habituar-se aos novos sabores e texturas dos alimentos, sem ter o estímulo do peito ou da tetina. Será, por isso, normal se ocorrerem cuspidelas súbitas de papa...
A composição das refeições
Como qualquer dieta saudável, também a do bebé deve ser equilibrada em termos calórico e também no que toca aos nutrientes essenciais como a água, as proteínas, as gorduras, os hidratos de carbono, as vitaminas, os minerais e as fibras alimentares.
Se o bebé estiver com muita fome, poderá iniciar a refeição com um pouco de leite e só depois introduzir o alimento sólido com a colher. O processo de introdução dos novos alimentos também pressupõe cuidados para evitar alergias.
Comece com um alimento sólido de cada vez no sentido de testar a sensibilidade do bebé e assim descobrir aqueles que lhe possam causar reacções alérgicas.
Opte por espaçar entre três a quatro dias cada novidade.
Veja agora os alimentos que pode introduzir de forma gradual na dieta do bebé:
- Quatro meses Papa de cereais sem glúten
- Cinco meses Papa de fruta
- Seis meses Creme de legumes que inclua cenoura, abóbora, batata, beterraba, espargos, hortaliças
- Sete meses Puré de legumes com carne branca
- Nove meses Gema de ovo
- Dez meses Peixe e iogurte, de preferência natural
- Onze meses Leguminosas, arroz e massa
Regras à mesa
Na hora da refeição recomendam-se alguns hábitos:
- O bebé deve estar sentado ingerindo pequenas quantidades de alimento pela colher, esperando entre as colheradas.
- Sirva a refeição antes de o sentar à mesa com o resto da família.
- Depois de ele comer, pode dar-lhe uma bolacha ou uma tosta.
- Por volta dos oito/nove meses – altura em que o bebé já tem capacidade de agarrar objectos – pode oferecer-lhe uma colher para se treinar a alimentar sozinho.
- Não se admire quando vir o seu filho a puxar a colher para tentar brincar, e a comida cair ao chão! Faça um esforço para resistir à tentação de lhe retirar a colher: Em vez disso, dê-lhe outra para ele se entreter e vá conversando enquanto lhe dá a comida. Lembre-se que, normalmente, só quando ele tiver um ano irá conseguir levar a colher à boca com alguma eficácia.
- Depois de suficientemente treinado a alimentar-se sozinho, o bebé deverá começar a beber pelo copo. Inicialmente, este deverá ser inquebrável, com tampa ajustável e bico, e ter duas asas para ele poder agarrar com as duas mãos. Há vantagens em beber pelo copo: melhora a coordenação do movimento mão/ boca e inicia o processo do desmame.
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