A maioria das pessoas utiliza o seu próprio sistema para avaliar o
peso ideal ou a distância que a separa dessa meta. Trata-se de um
método personalizado que pode incluir várias ferramentas, nomeadamente o espelho
(que mostra a existência, ou não, de gorduras localizadas), a
roupa (que indica se ganhou ou perdeu volume) e a balança (que
lhe permite comparar a diferença entre o peso actual e o que tinha
antes).

Mas a prática clínica possui outros métodos, mais rigorosos.
Métodos universais que permitem a um especialista (sem conhecer
o histórico da sua balança ou do seu guarda-roupa) determinar o
peso recomendado para a sua saúde. Conheça os principais indicadores
da composição corporal, confronte-os com os seus e avalie a
sua forma física. Como um profissional.


ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

Sistema de classificação do peso corporal em relação à altura, utilizado
como medida de diagnóstico da obesidade. Para a maioria das
pessoas, o IMC é um método relativamente útil.

Contudo, como
não permite uma análise directa da percentagem de gordura no
organismo, torna-se limitada, sobretudo em pessoas muito musculadas,
como os atletas de alta competição, os quais podem apresentar
um peso aparentemente excessivo, devido à elevada concentração
de massa muscular.

Esta fórmula também não considera a idade
tornando-se imprecisa na análise dos mais velhos, os quais tendem
a perder massa muscular e, logo, peso, sem que isso implique uma
diminuição de massa gorda.

Por estas e outras razões o IMC é, muitas
vezes, associado a outros métodos de avaliação.

Como se calcula

Divide-se o peso (em quilos) pela estatura (em
metros) elevada ao quadrado. Um IMC entre 18,5 e 24,9 é considerado
saudável. Valores entre 25 e 29,9 apontam excesso de peso
(ou pré-obesidade), a partir dos 30 indiciam obesidade. Se não quiser estar a fazer contas, use a ferramenta de cálculo de IMC do Sapo.


Veja na página seguinte: Massa gorda versus massa magra

MASSA GORDA vs MASSA MAGRA

O cálculo da percentagem do peso correspondente à massa gorda e
massa magra é fundamental para uma correcta avaliação da composição
corporal.

A primeira é constituída pelo tecido adiposo que se
situa no tecido celular subcutâneo ou internamente entre os órgãos,
sobretudo no abdómen.

A segunda consiste no conjunto de todas
as massas
não-gordas presentes no organismo, como os músculos,
os ossos e os órgãos.

Como se calcula

A técnica mais simples utiliza um adipómetro
(semelhante a uma pinça) para medir a espessura das pregas adiposas
em pontos estratégicos do corpo (braços, peito, abdómen, coxas
e joelhos). Esses valores juntamente com os perímetros das várias
zonas, a altura, o peso e a idade são inseridos numa fórmula que nos
dá a percentagem de gordura corporal.

Também existem aparelhos que medem a bioimpedância, a oposição que o corpo oferece à passagem de uma corrente eléctrica.
Tendo em conta que a água é um bom condutor eléctrico,
quanto maior for a percentagem de tecidos com pouca água,
como o adiposo, maior será a resistência à passagem dessa corrente.

Algumas balanças de uso doméstico já fazem esta leitura, mas para
uma correcta avaliação é fundamental estar em jejum e repousada
para que os níveis de água do organismo estabilizem.

Métodos mais rigorosos, como a densitometria ou a tomografia,
que até conseguem determinar quantos gramas de gordura temos
em cada braço, requerem aparelhos sofisticados sendo essencialmente
utilizados em trabalhos de investigação.

Para saber como avaliar a percentagem de massa gorda que possui, clique aqui.


Veja na página seguinte: Como medir o perímetro abdominal

PERÍMETRO ABDOMINAL

Indicador de risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e
hipertensão, entre outros problemas de saúde.

As células que constituem
a gordura abdominal produzem substâncias tóxicas que
danificam nomeadamente a parede arterial e contribuem para o
aumento de pressão arterial.

Esta medida divide as pessoas em duas categorias. Uma delas são as chamadas maçãs, cuja
distribuição da massa gorda de tipo andróide se encontra maioritariamente
na zona
intra-abdominal, à volta do estômago e do tórax.

A outra são as denominadas pêras, em que a distribuição da massa gorda, de tipo ginóide,
corresponde ao padrão feminino e localiza-se maioritariamente nas
ancas, coxas e nádegas.

Como se mede

Coloque a fita métrica à volta do abdómen, na parte
superior do osso da anca. Certifique-se que a fita está paralela ao
solo e justa ao corpo, mas sem comprimir a pele, e meça.

Numa
pessoa saudável a circunferência da cintura é inferior a 80 centímetros,
nas mulheres, e a 95 centímetros, nos homens.

Medidas acima
desses valores traduzem um excesso de gordura abdominal que vai
aumentar o risco de problemas de saúde, que se torna ainda mais
preocupante a partir dos 88 centímetros nas mulheres e dos 102
centímetros nos homens.


Veja na página seguinte: A importância do índice glicémio

ÍNDICE GLICÉMICO (IG)

Não permite apurar as medidas do seu corpo, mas pode
ajudá-la
a conquistar a silhueta que ambiciona.

Trata-se de um sistema de
classificação de hidratos de carbono, segundo os seus efeitos na glicemia.

Na prática, mede a velocidade a que um alimento é decomposto pelo
aparelho digestivo, convertido em glicose e absorvido pelo sangue.
É uma medida de referência, nomeadamente, na alimentação dos
diabéticos.

É também usada em dietas de emagrecimento, já que os
alimentos com IG reduzido demoram mais tempo a serem absorvidos
pelo organismo e prolongam a sensação de saciedade.

Os alimentos
com IG elevado proporcionam uma explosão de energia,
elevando os níveis de açúcar no sangue, e são rapidamente absorvidos
pelo organismo. O truque consiste em dar preferência aos alimentos
com IG inferior e combiná-los com uma menor quantidade
dos que apresentam um IG mais elevado.

Como se calcula

O IG é atribuído aos alimentos numa escala de
0 a 100. Obtém-se a resposta glicémica a uma quantidade fixa
de hidratos de carbono (50 g) presente no alimento em teste, em
comparação com a resposta glicémica obtida no mesmo indivíduo
à mesma quantidade de hidratos de carbono contida numa substância
de referência, geralmente a glucose, cujo IG é 100.

A fúria do açúcar

Não pense só em calorias. Para uma dieta mais equilibrada tenha também em conta o IG dos alimentos:

IG baixo
<55


(Lentilha, grão, feijão, leite, cereja, pêssego, pêra, ameixa, maçã, uva, laranja, iogurte, esparguete)

IG médio
56-69


(Batata frita, pipocas, arroz agulha, basmati e integral, pão de centeio e de mistura, flocos de aveia)

IG elevado
>70


Cornflakes, pão branco, arroz carolino, bolachas, mel, batata (cozida, assada ou puré)

Texto: Vanda Oliveira