Os linfomas são cancros que se iniciam a partir da transformação de um linfócito (um tipo de glóbulo branco) no sistema linfático.

O prefixo linfo indica a sua origem a partir da transformação de um linfócito, e o sufixo oma é derivado da palavra grega que significa tumor. Os linfomas têm início nos gânglios linfáticos ou em aglomerados de tecidos linfáticos presentes em órgãos como o estômago e os intestinos. Em alguns casos, os linfomas podem envolver a medula óssea e o sangue.

Dependendo do grau de malignidade, os sintomas podem desenvolver-se quase de modo impercetível ou muito rapidamente. Os linfomas que se desenvolvem no sistema linfático podem ser encontrados em qualquer parte do corpo onde os linfócitos circulam. Podem ocorrer num gânglio linfático isolado, num grupo de gânglios linfáticos ou em órgãos como estômago, intestino, ossos, pele.

A doença de Hodgkin representa um dos tipos de linfoma mais frequente, de tal modo que uma das mais usadas classificações divide os linfomas em:

- Linfoma de Hodgkin
- Linfoma não-Hodgkin
- Linfoma com baixa malignidade (ou indolentes)
- Linfoma com alta malignidade (ou agressivos)

Para ler o testemunho de Raquel Carvalho, que aos 20 anos descobriu que sofria de um linfoma não-Hodgkin, clique aqui.

É importante saber que existem muitas formas diferentes sob o nome de linfoma não Hodgkin, com cursos clínicos variáveis, embora todas elas com tratamento. A probabilidade de cura dos linfomas agressivos ronda os 40%. Os linfomas indolentes não são curáveis mas, muitas vezes, são compatíveis com uma sobrevivência prolongada e uma boa qualidade de vida.

Distúrbios no código genético, que ocorrem em algum estádio da vida do doente e que levam a alguma alteração numa célula, é uma das causas apontadas. A causa dos linfomas ainda não é conhecida. Uma única célula degenerativa pode ser suficiente para provocar cancro e levar ao desenvolvimento de um linfoma maligno.

Verifica-se um aumento aparente de incidência de linfoma em comunidades predominantemente agrícolas.

Estudos internacionais associam componentes específicos de herbicidas e pesticidas à ocorrência de linfoma, porém, em termos quantitativos, a contribuição de tais agentes para o aumento da frequência do mesmo ainda não foi definida.

O trabalho com a madeira pode, também, aumentar o risco de linfoma de Hodgkin. Indivíduos infetados pelos vírus VIH também apresentam maiores probabilidades de desenvolver o linfoma de Hodgkin.

Há casos ocasionais de manifestações concentradas numa família, similarmente ao que se verifica em muitos cancros. Verifica-se um aumento na incidência do linfoma de Hodgkin em irmãos de pacientes que apresentam a doença. Porém, a imensa maioria dos casos da doença ocorre em indivíduos sem fatores de risco identificáveis e a maioria das pessoas com supostos fatores de risco nunca contraem a doença.

A incidência do linfoma de Hodgkin atinge um pico de 5 a 6 casos para cada 100 mil indivíduos em torno de 20 anos de idade. Essa taxa cai para menos da metade na meia-idade e volta a aumentar em frequência em indivíduos mais idosos. Esse padrão difere entre grupos étnicos.

O linfoma de Hodgkin ocorre mais frequentemente em indivíduos mais jovens (de 10 a 40 anos) de descendência europeia, do que naqueles de descendência africana, asiática ou hispânica. A incidência de linfoma não-Hodgkin aumenta progressivamente com a idade. Em torno de 4 casos por cada 100 mil indivíduos ocorrem aos 20 anos de idade.

A taxa de incidência aumenta 10 vezes, passando para 40 casos a cada 100 mil indivíduos com 60 anos e mais de 20 vezes, chegando a 80 casos por 100 mil indivíduos após os 75 anos de idade. A incidência do Linfoma não-Hodgkin é mais comum em homens do que em mulheres.

Texto: Luís Salvado