A elevada incidência de diabetes e de hipertensão arterial tem levado ao aumento do número de casos de insuficiência renal em Portugal.

Esta patologia que se caracteriza pela diminuição progressiva da função renal, quando os rins são incapazes de filtrar as toxinas produzidas pelo nosso organismo. O grau de perda funcional do rim pode variar de ligeiro até um grau de tal modo acentuado que não permite ao doente sobreviver sem um tratamento de substituição renal.

Causas

As causas podem ser várias, existindo determinadas doenças que aumentam a possibilidade de surgirem lesões renais irreversíveis. Metade dos casos de insuficiência renal crónica decorre de um quadro de diabetes (cerca de 30 por cento) ou de hipertensão arterial (aproximadamente 20 por cento), mas também existem causas genéticas, tóxicas e de doenças primárias dos rins.

Sintomas

São geralmente tardios e podem incluir:

- Cansaço extremo
- Inchaço das extremidades dos membros inferiores e superiores
- Perda de apetite
- Cãibras musculares
- Anemia
- Problemas ósseos

Diagnóstico

A insuficiência renal crónica é diagnosticada através de uma análise sanguínea que deteta se o sangue possui níveis mais elevados de ureia e de creatinina, geralmente filtradas pelos rins.

Tratamento

Quando os rins perdem cerca de 90 por cento da sua capacidade de funcionamento, é necessário proceder a uma terapêutica de substituição da função renal.

Existem essencialmente duas opções, a transplantação renal (realizada com órgãos de dador) e a diálise. Este tratamento consiste na limpeza do sangue (pode ser feito em casa todos os dias ou em unidade de saúde três vezes por semana), libertando-o das substâncias tóxicas que os rins não estão a eliminar.

A importância da informação

Em Portugal, quatro em cada dez insuficientes renais crónicos não têm a possibilidade de escolher o tratamento de substituição renal e, mais de dois terços, consideram ser insuficiente a informação facultada sobre as técnicas de diálise. As conclusões são de um estudo recente desenvolvido pela Federação Europeia de Doentes Renais que demonstrou que o acesso à informação sobre a doença e as opções terapêuticas são fatores críticos para a qualidade de vida dos doentes. Informe-se junto do seu médico e procure centros que lhe forneçam alternativas diversificadas de tratamento.

Revisão científica: Anabela Rodrigues (médica nefrologista e responsável pela unidade de Diálise Peritoneal do Hospital de Santo António do Porto)