Todos os sintomas ou comportamentos, doenças, fobias, alergias, distúrbios físicos ou mentais têm origem num evento anterior, ou seja, existe uma razão para a sua existência, apesar de, na grande maioria das vezes, a desconhecermos.
Falemos de uma situação relativamente comum. Todos conhecemos alguém que tenha medo das alturas. Todas estas pessoas, sem exceção, tiveram uma experiência traumática associada a uma queda dum sítio alto, apesar de não terem qualquer memória consciente desse facto. Podem ter caído dum banco de apenas meio metro de altura na infância, mas esse evento ficou marcado na sua memória como um momento traumático.
No consultório, o paciente relaxa e é levado a revisitar a memória que condiciona o medo atual, sendo retirado o trauma associado a esse evento, tratando por exemplo, daquela criança que caiu dum sítio alto. Ao retirarmos o trauma associado à queda, simplesmente eliminamos o medo associado às alturas.
O mesmo se aplica na falta de autoestima, depressão, agressividade, ansiedade, ataques de pânico, doenças autoimunes, alergias, asma, enxaquecas, disfunções sexuais, controlo da dor crónica, etc. Todos, sem exceção, têm uma razão de ser, ou seja, uma fonte ou origem.
Reconhecimento internacional
Entidades como Associação Médica Britânica, Associação Médica Americana, Associação Médica Canadense e Associação Americana de Psiquiatria reconheceram a força da hipnose como modo de diagnóstico e tratamento de problemas específicos em Psiquiatria e Psicologia.
O termo hipnose assusta ainda muito a maioria das pessoas que associam a hipnose ao que vêem nos hipnotistas de palco. O relaxamento utilizado em hipnoterapia é semelhante ao estado em que se encontram as pessoas que meditam ou ao em que nos encontramos quando estamos totalmente “hipnotizados” pelo livro que lemos apaixonadamente, por exemplo, apesar de estarmos sempre acordados e conscientes.
Neste estado de relaxamento, e se a pessoa for bem induzida, tem acesso a todas as memórias que guarda no subconsciente, apesar de não se recordar da maioria delas. E é neste mundo de memórias e percepções e impressões que se encontram os motivos para reagirmos da forma que reagimos perante determinadas situações.
E, se temos acesso a todas estas memórias, também podemos “suavizá-las”, ou seja, tranquilizar aquela criança, dando-lhe amor e protecção para que ela possa olhar para aquela situação com outros olhos, alterando assim o impacto que teve nelas.
Quando nos pacificamos com todas estas situações, modificamos de forma muito significativa os nossos comportamentos. O adulto já não fica muito ansioso quando tem de fazer uma apresentação perante os colegas ou superiores hierárquicos, já consegue desligar a televisão e adormecer tranquilamente, em vez de acordar repetidamente durante a noite, e os exemplos de situações que gostaríamos de alterar são quase intermináveis.
Por exemplo, uma criança criticada de forma contínua ou desvalorizada de forma sistemática resulta num adulto com uma auto estima muito reduzida, e uma criança vítima de agressividade por parte dos cuidadores pode dar origem a um adulto violento ou agressivo. Todas estas situaçoes podem ser modificadas conduzindo a um equilíbrio emocional e um bem estar que, na maioria das vezes, o paciente nunca sentiu antes.
As alergias, as doenças autoimunes, o cancro, a asma, também podem beneficiar muito desta abordagem. Quando revisitamos a fonte ou origem do aparecimento do cancro, por exemplo, somos conduzidos a um momento de profunda tristeza, normalmente associada a qualquer tipo de perda. A perda física, de alguém especial que partiu, ou uma perda emocional resultante duma separação, por exemplo.
Essa tristeza profunda, que justifica o processo de degeneração do corpo, precisa de ser libertada e pacificada. Além disso, no caso do cancro, um paciente que tenha acompanhamento de um hipnoterapeuta qualificado, pode beneficiar de bastante menos efeitos secundários do tratamento com quimioterapia ou radioterapia.
O fundamental é ajudar o paciente a recuperar o bem estar e a viver verdadeiramente feliz.
Um artigo de Maria João Dias, Hipnoterapeuta*
*Fundadora da Hypnobalance em Cascais em 2014, onde dá consultas de hipnoterapia a tempo inteiro. Nos últimos anos exerceu a sua atividade em várias clínicas, tendo fundado a sua própria clínica, onde aplica o método que a distingue.
Para além da cura através da hipnoterapia, a Hypnobalance procura estabelecer-se como um importante centro de conhecimento e formação sobre a hipnose e as suas aplicações práticas em Portugal, organizando palestras, workshops e Cursos de Hipnoterapia certificados pelo IACT (International Association of Couselors and Therapists) em Portugal.
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