Hoje, prezo a minha saúde. Mas nem sempre foi assim. Não que eu não quisesse ser saudável mas, por ter nunca sido confrontada com um problema de saúde grave, inconscientemente, sentia-me como a maioria das pessoas em idêntica condição. Imortal! Até um dia…
Em finais de 2006, num exame de rotina, detectei alguns indícios de preocupação. Nada de muito consistente, mas deixou-me uma dúvida latente. Poderia ter cancro?
E mesmo quando, aparentemente, parecia ter sido um falso alarme, o impacto desse diagnóstico impediu-me de mais uma recaída. Por fim, abandonei um vício que me tinha acompanhado durante 20 anos, com tentativas recorrentes para o abandonar. Infelizmente, seis meses depois, o diagnóstico confirmou-se e, da noite para o dia, tornei-me numa doente oncológica. Fui submetida a uma intervenção cirúrgica e a tratamentos de quimioterapia (seriam a minha realidade nos seis meses seguintes), que pareciam querer tomar conta de toda a minha vida!
Desde então, encetei uma mudança radical. Hoje, sou mais atenta ao meu corpo e a todos os seus sinais. Leio, pesquiso e invisto na minha qualidade de vida. Procuro, conscientemente, uma alimentação mais próxima da natureza e dos seus ciclos e, se nem sempre escolho produtos biológicos, opto quase que exclusivamente por produtos nacionais, dos produtores de vizinhança. Compro frutas e legumes na frutaria local, regressei à praça e frequento assiduamente feiras e mercados de produtores.
Milito nesta causa e angario novos adeptos. Com a família e amigos, institucionalizámos que as celebrações se façam em contacto com a natureza, transformando-as em mega piqueniques e festivais. E até o nosso programa de animação acaba a recuperar os jogos e canções tradicionais. Escolhi celebrar, assim, em cada dia, a vida!
Este testemunho é um dos relatos concorrentes ao Passatempo O leitor mais saudável do ano. Para saber quem ganhou, clique aqui.
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