Esta patologia está associada à inflamação e ulceração do intestino grosso, provocando diarreia com sangue, cólicas e febre.

De acordo com um estudo* publicado recentemente, as células estaminais do tecido do cordão umbilical poderão ser uma opção para o tratamento desta doença.

A capacidade de restaurar tecidos atribuída a estas células, bem como a sua capacidade de redução da inflamação do colón, vai ao encontro de um dos principais objetivos do tratamento da colite ulcerosa: a reparação da mucosa intestinal danificada.

Esta conclusão resulta de um ensaio clínico que estudou a segurança e eficácia deste tipo de células em doentes com colite ulcerosa moderada ou grave e que foi realizado durante dois anos.

O ensaio envolveu dois grupos de doentes com cerca de 35 pessoas cada um e, comparativamente ao grupo de controlo, o grupo de doentes que foi sujeito ao tratamento com células do tecido do cordão umbilical, apresentou respostas favoráveis, tendo o estado inflamatório e as úlceras mais e menos graves sido significativamente melhorados.

Durante o ensaio, foi evidente a melhoria da qualidade de vida dos doentes e não ocorreram reações adversas.

A constante investigação científica que se faz no âmbito da aplicação clínica de células estaminais tem contribuído para a perceção geral da sociedade sobre o valor terapêutico destas células.

A opção crescente pela criopreservação de células estaminais que se tem verificado em Portugal e no mundo, bem como o alargamento da aplicação das células estaminais a outras áreas, é o sinal claro de que, a curto e médio prazo, as células estaminais serão opções de tratamento para um amplo conjunto de patologias, que atualmente já supera as 80 doenças.

As explicações são de Carla Cardoso, doutorada em Farmácia e investigadora na área das células estaminais

*Safety and therapeutic effect of mesenchymal stem cell infusion on moderate to severe ulcerative colitis. Hu J, Zhao G, Zhang L, Qiao C, Di A, Gao H, Xu H. Exp Ther Med. 2016 Nov;12(5):2983-2989.