Madonna, Leonardo DiCaprio, Steven Spielberg e Bono são alguns dos famosos que já aderiram à comida kosher e são clientes habituais dos restaurantes judaicos em Los Angels e Nova Iorque.
As folhas de alface devem ficar de molho meia hora e depois lavadas, uma a uma, com água corrente.
Os ovos são partidos para dentro de copos de vidro, para se averiguar se contêm sangue ou outras impurezas. A carne deve ser proveniente de animais saudáveis e mortos de acordo com as leis judaicas e os produtos industriais não podem conter qualquer tipo de gordura animal.
Estas são apenas algumas das regras da alimentação kosher, que em hebraico significa permitido e que está a fazer cada vez mais adeptos fora do judaísmo. A razão é muito simples, a higiene com que os alimentos são produzidos e manuseados fazem com que alimentos kosher sejam sinónimo de segurança alimentar.
Rigor na escolha
«As regras alimentares (designadas como Kasherut) seguidas pelos judeus estão escritas na Torah, o livro sagrado da religião, que dita as leis pelas quais nos devemos reger», conta Malka Martino, da Comunidade Israelita de Lisboa. Assim, a comida kosher assenta em três pilares essenciais: a selecção, a preparação e a separação, ou seja, existem alimentos proibidos designados como impuros, a preparação dos alimentos obedece a regras específicas e não se pode misturar carne com produtos lácteos.
«Podemos comer mamíferos ruminadores com cascos fendidos, como a vaca, o borrego e a cabra, algumas aves como o frango e pato, mas não podemos comer porco ou cavalo», esclarece Malka Martino. A maneira como os animais são abatidos também é diferente. «Existe uma preocupação para que o animal não sofra, por isso deve ser morto num único golpe como uma faca especial e pela mão de um shohet, um especialista do abate ritual que estudou o ofício durante muito tempo», explica ainda.
Quanto aos peixes somente são permitidos os que têm escamas e barbatanas, ficando de fora, por exemplo, o mariscos, o golfinhos, o cação, o peixe-espada e o polvo.
Produtos kosher
Os frutos e os vegetais podem ser utilizados nas refeições sem restrições, contudo têm de ser muito bem lavados «já que não podemos comer qualquer tipo de vermes ou insectos», afirma a representante da Comunidade Israelita de Lisboa, acrescentando que fora de casa nunca come vegetais, a menos tenham sido preparados de acordo com a Kasherut.
Os ovos não podem ter vestígios de sangue e os produtos industrializados não podem conter gordura animal, nem ossos, nem corantes feitos a partir de animais. «Um exemplo disso são as gelatinas, os produtos congelados, o pão, bebidas, bolachas e iogurtes, que só comemos quando têm o selo kosher (atribuido pelas organizações judaicas que certificam que o alimento foi preparado de acordo com a tradição do judaísmo) ou quando temos a certeza que não contêm esses ingredientes», explica.
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Tudo aquilo que contém uva, como o vinho, o vinagre e sumos, só pode ser ingerido se tiver sido supervisionado pelo rabino. «O vinho para nós é sagrado e o seu processo de elaboração obedece a critérios muito rígidos desde a apanha da uva até ao engarrafamento», revela Malka Martino. Toda a maquinaria deve ser muito bem lavada, as uvas não podem ser misturadas com outras e é proibido adicionar outras substâncias, como por exemplo os corantes. Segurança alimentar Numa refeição kosher, a carne e os lacticínios nunca são misturados e «até mesmo os tachos e a loiça que são usados para confeccionar e comer cada um deles têm de estar devidamente separados e devem ser lavados também em separado», conta. A razão para esta regra encontra-se na Torah, onde se define o princípio de não cozinhar o filho (a cria) no leite da mãe. Todos estes cuidados fazem com que quem come comida kosher saiba sempre o que está a comer e em que condições e, é este facto que a tem tornado tão famosa nos Estados Unidos, onde os hebreus representam apenas 20 por cento da população que segue estes hábitos alimentares, no Canadá e em Itália. Se nesses países, é fácil encontrar lojas e restaurantes kosher, em Portugal são quase inexistentes. «Restaurantes não há, mas recentemente abriu uma padaria com pão kosher e o El Corte Inglés tem uma pequena secção com produtos kosher, mas são muito caros. A carne atinge preços impensáveis, daí que a minha alimentação seja feita sobretudo de vegetais e peixe», conta Malka Martino. No nosso país, há também a produção de vinho kosher, mas é maioritariamente para exportação. Para mais informações, veja www.cilisboa.org Onde comprar Se quiser experimentar os produtos kosher... El Corte Inglés Padaria Paul Année Texto: Rita Caetano com Malka Martino (membro da Comunidade Israelita de Lisboa)
Av. António Augusto Aguiar, Lisboa
Internet: www.elcorteingles.pt
Calçada da Picheleira, 152-A (Rotunda das Olaias), Lisboa
Internet: www.paulanee.org
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