Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da CUSMT, Manuel Soares, disse que “o momento é de análise, apresentação de propostas”, através do abaixo-assinado 'Por melhores cuidados de saúde', que "vai começar a circular na segunda-feira" e pretende envolver a população em soluções para “corrigir o que está mal e multiplicar o que está bem”.

Manuel Soares falava à Lusa junto ao Hospital de Abrantes, no distrito de Santarém, no âmbito de uma iniciativa que passou também por Torres Novas e por Tomar, as três unidades hospitalares que integram a Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo.

“Há a ideia que muitas vezes ouvimos na opinião pública de que o Serviço Nacional de Saúde não faz nada, que é um caos. Nós dizemos: está a trabalhar e tem problemas para resolver”, afirmou.

O representante dos utentes apontou a “articulação dos diversos níveis de cuidados, as intermitências no funcionamento das urgências, a necessidade de mais recursos humanos, aumentar a eficácia das ações de prevenção e reforçar os cuidados de proximidade, com a reabertura das extensões de saúde encerradas ou sem cuidados médicos”, como exemplos do que há a melhorar.

No abaixo-assinado, os utentes defendem ainda a necessidade de “melhorar a frota de transporte para mais assistência domiciliária e inter-hospitalar, aperfeiçoar as telecomunicações e a informação e humanizar os serviços” de saúde.

Como prioridades inscritas no abaixo-assinado, Manuel Soares referiu o funcionamento das urgências (maternidade, pediátrica e geral]) "24 horas por dia/365 dias por ano, em articulação com cuidados primários e o SNS24, com objetivo de facilitar o acesso de todos os utentes a cuidados de saúde”.

Por outro lado, a CUSMT quer progressivamente levar os cuidados médicos às zonas rurais, além de defender a redução das listas de espera para consultas e cirurgias, o reforço das ações de prevenção e obras na Urgência de Abrantes.

Relativamente às obras na Urgência de Abrantes, o porta-voz da CUSMT recordou que o processo “arrastar-se há 20 anos”, tendo entretanto voltado “à estaca zero” por questões “de ordem burocrática”.

“Uma situação que já devia ter tido intervenções há 20 anos e que, segundo a informação que temos, apesar de ido para o Tribunal de Contas, com a queda do Governo voltou à estaca zero e agora é preciso assinaturas dos secretários de Estado para resolver esta situação. Para nós é inconcebível que isto se passe”, salientou.

Assinalando que o abaixo-assinado vai circular “num período de campanha eleitoral", Manuel Soares disse esperar que os candidatos a deputados nas eleições legislativas marcadas para 10 de março “olhem para elas” e “contribuam para que sejam aplicados estes objetivos”.

“É uma oportunidade para utentes, e população em geral, afirmarem a reivindicação de melhores cuidados de saúde no Médio Tejo, junto dos responsáveis administrativos, dos municípios e dos candidatos a deputados à Assembleia da República, nas eleições de 10 de março 2024”, indicou, adiantando que a intenção é “recolher milhares de assinaturas, em centenas de locais públicos em todos os concelhos” do Médio Tejo.