A empresa portuguesa ResearchTrial, de Óbidos, faz igualmente parte do Onconet-Sudoe, projeto europeu criado para estudar as políticas adotadas em Portugal, Espanha e França na área da oncologia. O financiamento comunitário de 1,7 milhões de euros, recentemente aprovado, foi atribuído através do programa de cooperação Interreg Sudoeste Europeu.

Universidade de Coimbra em projeto europeu para uniformizar práticas oncológicas
Universidade de Coimbra em projeto europeu para uniformizar práticas oncológicas Membros da equipa da Universidade de Coimbra: André Pereira e Maria Filomena Botelho (à frente), Carla Barbosa, Ana Margarida Abrantes, Ana Elisabete Ferreira, Ana Salomé Pires e Mafalda Laranjo (atrás, da esquerda para a direita) créditos: UC

Liderado pela Universidade Toulouse III Paul Sabatier (França), o Onconet-Sudoe pretende “estabelecer uma rede de excelência no que diz respeito à prevenção, diagnóstico, terapia e utilização das tecnologias de informação na área da oncologia”, afirma uma nota da UC enviada esta quinta-feira (27/10).

“Vários países europeus têm vindo a adotar planos nacionais de prevenção e de controlo de doenças oncológicas com o objetivo de reduzir as elevadas taxas de incidência e de mortalidade do cancro”, refere.

O projeto Onconet, criado para estudar as políticas adotadas em Portugal, em Espanha e em França, visa “analisar as ações desenvolvidas no domínio da prevenção, diagnóstico, terapêutica e utilização das tecnologias de informação na gestão de doentes com cancro”.

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Esta abordagem poderá levar à partilha de meios e à uniformização de práticas profissionais na área da oncologia, acreditam os responsáveis pelo projeto.

Equipa multidisciplinar

A equipa da UC, constituída por investigadores das faculdades de Direito e de Medicina, estudará “as políticas e práticas profissionais adotadas em Portugal, no âmbito da prevenção, diagnóstico e terapêutica de doentes com cancro”, e avaliará “as questões éticas e sociais associadas à implementação de novas tecnologias da informação”.

Entre os aspetos inovadores do projeto, a UC destaca, designadamente, a avaliação do impacto da investigação translacional na evolução das práticas clínicas (“investigação, tratamento, cuidados primários e cuidados continuados”), o estabelecimento de “condições médicas e económicas necessárias para garantir a igualdade de assistência ao doente” e “a igualdade de acesso à inovação terapêutica”.

Os especialistas esperam também “fomentar uma reflexão ética e transversal”, que permita avaliar a medida em que as políticas públicas na luta contra o cancro podem “conciliar os recursos coletivos e a justiça social”.

Da equipa do projeto fazem parte os investigadores Maria Filomena Botelho, Ana Margarida Abrantes, Ana Salomé Pires, Mafalda Laranjo, André Pereira, Ana Elisabete Ferreira e Carla Barbosa, da UC, e Ana Catarina Mamede, da Research Trial.

Para além das universidades de Coimbra e de Toulouse e da Research Trial, estão também envolvidas no projeto as fundações Miguel Servet, Centro Nacional de Investigação Oncológica, Parque Tecnológico de Ciências da Saúde de Granada e Investigação Biossanitária de Andaluzia Oriental, de Espanha, entre outras entidades.