A iniciativa denomina-se “Operação Reabilitação DPOC” e resulta de uma parceria entre o Agrupamento de Centros de Saúde Feira-Arouca e a Câmara Municipal da Feira, autarquia do distrito de Aveiro que, para o efeito, candidatou o projeto a financiamento no âmbito do PAOITI - Plano de Ação da Operação Integrada do Território de Intervenção da zona sul da Área Metropolitana do Porto.

“Esta operação pretende dar resposta às limitações vividas pela pessoa com doença respiratória, com recurso a programas educacionais de autogestão do regime terapêutico e à implementação de um programa de exercícios realizados individualmente ou em grupo”, revela fonte ligada ao projeto.

A formação terá lugar na Unidade de Cuidados na Comunidade e, a partir de uma consulta de reavaliação multidisciplinar, permitirá definir para cada utente com asma, bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares crónicas um “programa de treino de exercício estruturado”, que, embora com alguma supervisão, poderá ser aplicado com autonomia pelo próprio doente.

As sessões visam ajudar cada utente a gerir em casa os seus problemas respiratórios, o que passa por ensinar-lhes técnicas para diminuir a falta de ar, aumentar a resistência, subir os níveis de energia e evitar estados de ansiedade e depressão associados à debilidade física – o que, em geral, aumentará a qualidade de vida do cidadão em causa e lhe diminuirá a dor e o desconforto.

“Trata-se de ajudar a estabilizar a vida destas pessoas, que, por terem uma saúde muito debilitada, enfrentam múltiplas limitações nas suas atividades diárias. Faltam muitas vezes ao trabalho, consomem muitos medicamentos, gastam muito dinheiro na farmácia e, por causa disso, ficam com menos poder de compra para atender a outras situações”, realça a mesma fonte da “Operação Reabilitação DPOC”.

Nessa medida, o projeto também prevê a aquisição de equipamentos clínicos individuais para auxílio doméstico nesses exercícios, como máscaras de oxigénio portáteis e oxímetros, sendo que, nesta fase, a expectativa da câmara e da Unidade de Cuidados na Comunidade é que o programa possa abranger até 50 indivíduos.

A doença pulmonar obstrutiva crónica envolve o bloqueio, obstrução ou estreitamento persistente das vias aéreas, na maioria dos casos devido ao consumo de tabaco, mas também por outras causas, como a exposição a toxinas presentes em combustíveis à base de biomassas como madeira e gramíneas, alterações genéticas nos pulmões e degeneração pulmonar devido ao avanço da idade. Disso resultam sintomas como falta de ar, tosse constante, produção intensa de muco e catarro, e cansaço extremo.