30 de abril de 2013 - 17h02
Uma hora diária de atividade física, como uma caminhada em passo rápido, é o suficiente para produzir efeitos benéficos na saúde, defendeu hoje um especialista, alertando para a necessidade de os treinos de maior intensidade serem vigiados.
Segundo disse à Lusa Paulo Colaço, o erro que as pessoas normalmente cometem é o de começarem a fazer desporto pouco tempo antes da chegada do verão e poucos dias por semana, o que tem efeitos benéficos para a saúde, mas não visíveis no que respeita à diminuição do peso corporal.
"As pessoas não podem esperar milagres em dois meses, devem tentar durante todo o ano fazer desporto diariamente, nem que seja uma marcha durante 45 minutos", defendeu o docente universitário na área da Medicina do Desporto.
O especialista falava à Lusa, à margem do 34.º Congresso nacional de Cardiologia, que hoje termina num hotel em Vilamoura, no qual apresentou uma comunicação sob o tema "Exercício e coração: pode o que é bom ser demais?".
O especialista aconselhou ainda a que as pessoas que pratiquem uma atividade intensa, que ultrapasse uma hora diária, durante cinco vezes por semana, devem ser vigiadas por um técnico, para que não entrem em situação de sobrecarga.
"A prática excessiva de desporto não abrange o todo da população, mais os atletas de competição, que devem sempre procurar ajuda técnica qualificada", defendeu, desaconselhando as pessoas a copiarem modelos de treino disponíveis, por exemplo, na Internet, pois podem não ser adequados.
Segundo Paulo Colaço, as pessoas devem visitar regularmente um médico para se submeterem a pequenas avaliações, uma vez que a simples medição arterial pode dar alguns sinais importantes.
Por outro lado, o esforço deve ser compensado por um período de descanso que, no caso dos esforços anaeróbios, como o futebol - com picos muito intensos, mas de curta duração -, pode ir até às 48 horas.
No caso dos esforços aeróbios, mais prolongados e de baixa intensidade, como o ciclismo, a corrida ou a marcha, a atividade pode ser repetida diariamente, já que a agressão a nível muscular não é tão intensa.
"Tem de haver um equilíbrio entre a carga de treino e o tempo de recuperação, pois apesar de poder não haver efeitos negativos na saúde, as pessoas também não vão sentir a evolução desejada na prática dessa atividade", sublinhou.
Para que haja consequências negativas ao nível cardiovascular, seria necessário que o exagero fosse "enorme", o que não é habitual que aconteça, acrescentou.
"Os benefícios associados à prática de desporto são de longe maiores que os malefícios. Mesmo que seja pouco, o que é preciso é fazer alguma coisa", concluiu.
Lusa
Comentários