15 de fevereiro de 2013 - 10h26
O hospital da Covilhã está a testar um equipamento que funciona como um telemóvel, mas que no lugar da voz transmite os sinais vitais de doentes e inclui um programa para prever a evolução do estado de saúde.
A leitura que cada médico ou enfermeiro faz quando se desloca até junto dos aparelhos ao lado da cama de cada doente pode assim passar a ser feita à distância.
O doente até pode estar em casa ou numa ambulância e o aparelho móvel transmite a frequência cardíaca, temperatura, níveis de oxigénio e outros para um servidor no hospital.
Nesse servidor, uma fórmula matemática relaciona os diferentes sinais vitais e, numa escala de zero a cinco, mostra o estado do paciente - sendo de alerta a partir do nível três para cima.
O médico pode vigiar todos os doentes numa só tela ou num aparelho móvel, quer esteja dentro ou fora do hospital.
O sistema Dyna-Vision já funciona em hospitais alemães, holandeses e italianos e está a ser testado pela primeira vez em Portugal.
Para além da autonomia e portabilidade do aparelho que acompanha o doente - que se recarrega e liga como um telemóvel, com tamanho e peso semelhante -, a leitura dos dados "é muto mais facilitada", refere a enfermeira Cláudia Gaio.
Para já, os testes na Covilhã permitem a monitorização de quatro doentes, sendo o sistema aplicado em casos que necessitam de "vigilância mais apertada".
António Rodrigues, enfermeiro diretor da unidade de saúde, destaca os benefícios para a segurança e qualidade de vida dos pacientes.
"Os doentes estarão mais seguros, tanto aqui como em casa, sabendo que estão a ser monitorizados", o que contribui para "uma melhor qualidade de vida", sublinhou.
O dispositivo móvel do sistema Dyna-Vision tem mais funcionalidades, como a transmissão de dados sem fios por protocolo Bluetooth ou medição de outros sinais vitais - sempre em paralelo com um algoritmo de análise dos dados num servidor.
"Já há estudos que comprovam alguns benefícios, como a deteção precoce de agravamento na condição clínica do utente, diminuição de internamentos e de condições de risco", destaca Rita Cunha, representante da Hope Care, empresa que comercializa a solução.
Para já, o sistema está em avaliação no ambiente específico do hospital da Covilhã, num processo que inclui a definição de um protocolo de atuação para cada nível de alerta.

Lusa