O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que não quer falar, por agora, com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, ameaçando cortar relações com Pequim, por causa da pandemia de COVID-19. “Eu tenho um relacionamento muito bom (com Xi Jinping), mas neste momento não quero falar com ele”, disse Trump, durante uma entrevista à estação televisiva Fox Business.

Os EUA e a China estão numa escalada de tensão com acusações mútuas sobre erros e omissões na luta contra a propagação do novo coronavírus, com Washington a acusar Pequim de ter negligenciado os riscos da pandemia, na sua fase inicial, e com o Governo chinês a denunciar a ineficácia norte-americana na crise sanitária. 

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Trump admite mesmo retaliações contra o Governo de Pequim, acusando-o de ter omitido informações importante sobre o novo coronavírus, que poderiam ter impedido a pandemia de COVID-19.

"Poderíamos cortar todas as relações"

Trump disse à rede Fox Business que está "muito decepcionado" com a gestão do governo chinês da pandemia. Questionado se os Estados Unidos poderiam adotar medidas, Trump não deu mais detalhes, mas alertou em tom ameaçador: "Há muitas coisas que poderíamos fazer. Poderíamos fazer coisas. Poderíamos cortar todas as relações".

Trump não quer falar com Xi Jinping
Mural em Berlim créditos: JOHN MACDOUGALL / AFP

“Há muitas coisas que podemos fazer. Podemos romper todas as relações”, disse hoje Trump.

“Se fizéssemos isso, o que aconteceria? Economizaríamos 500 mil milhões de dólares (cerca de 460 mil milhões de euros)”, acrescentou o Presidente.

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Guerra comercial dura há dois anos

Os Estados Unidos e a China mantêm uma guerra comercial desde 2018, mas no início deste ano celebraram a primeira fase de um novo acordo comercial que foi considerado por ambas as partes o início de um melhor relacionamento diplomático.

Contudo, nos últimos meses, as tensões agravaram-se e Trump acusou as autoridades chinesas de ocultarem a escala da epidemia, que surgiu em final de 2019 na cidade de Wuhan.

Por seu lado, Pequim nega as acusações e alega ter transmitido todas as informações atempadamente à Organização Mundial de Saúde e a outros países, incluindo os Estados Unidos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (1,88 milhões contra 1,81 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (113 mil contra 161 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Veja o vídeo: O que acontece ao vírus quando entra em contacto com o sabão?

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