O cancro mata todos os anos cerca de 7,6 milhões de pessoas e esse número pode aumentar nos últimos anos devido à expansão da chamada "epidemia de obesidade", alerta a Organização Mundial de Saúde há vários anos. O número de pessoas em todo o mundo que pesam mais do que o recomendado aumentou exponencialmente em 30 anos: passou de 857 milhões em 1980 para 2.100 milhões em 2013.

Uma revisão de estudos publicada pela revista médica "British Medical Journal", e que pretende acabar com preconceitos erróneos sobre os riscos do cacro, identifica vários tipos de tumores cuja origem pode ter a ver, muito provavelmente, com a obesidade ou o excesso de peso.

No estudo, os autores liderados por Maria Kyrgiou, investigadora do Imperial College London, no Reino Unido, lembram por exemplo o caso da diabetes tipo 2: existe a ideia vincada de que a doença provoca vários tipos de tumores, embora cientificamente essa relação esteja apenas comprovada em 14% dos casos.

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Nesta investigação agora publicada, os cientistas analisaram 204 estudos científicos que se debruçaram sobre a relação entre a obesidade, o aumento de peso, a gordura abdominal e 36 tipos de cancro. De acordo com os investigadores, há pelo menos 11 tipos de cancro que podem ser relacionados com máxima certeza com a obesidade. Entre eles estão alguns dos  mais frequentes: mama, ovário, pâncreas, cólon, reto, médula e rins. Os outros são os tumores das vias biliares, do endometrio, o mieloma múltiplo e o cancro gástrico.

Os cientistas também mediram o aumento do risco por cada cinco quilos por metro quadrado a mais de massa corporal. O aumento do risco variava de 9% no caso do cancro do reto em homens para 56% no caso do cancro das vias biliares.

Já o risco de cancro do endometrio aumentava 21% por cada aumento de apenas 0,1% do índice de relação cintura-quadril. Segundo o estudo, a relação entre o excesso de peso e o cancro parece maior para os tumores relacionados com o aparelho digestivo e com a atividade hormonal feminina.

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