“Após cedências bilaterais que são necessárias nestes processos negociais, podemos dizer que estamos em condições de iniciar este processo negocial, com o acordo sobre o protocolo” que estabelece os temas que serão alvo de negociação, adiantou o presidente da Federação Nacional do Médicos (FNAM).

Noel Carrilho falava aos jornalistas após uma reunião de mais de sete horas com o Ministério da Saúde, em que também participou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), para acertarem os termos das negociações, com as estruturas representativas dos clínicos a alertarem, previamente, que não abdicariam da exigência de incluir a tabela salarial no protocolo negocial.

O presidente da FNAM adiantou que, além dos temas que já estavam previstos, como a dedicação plena, a valorização do trabalho em serviço de urgência e a regulamentação da organização do trabalho médico, a reunião permitiu assegurar “também o compromisso da grelha salarial dos médicos” nas negociações que agora se vão iniciar.

“Isso foi acordado e temos uma abertura para desenvolver um processo negocial com sucesso, que apenas agora se inicia”, adiantou Noel Carrilho, para quem o acordo hoje alcançado pode ser um “bom sinal” para atrair mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O responsável garantiu que os sindicatos dos médicos continuarão o seu trabalho no sentido de atrair os médicos para o SNS, e disse que é preciso que “haja iniciativa e celeridade do Governo” para resolver o problema da falta de médicos no SNS.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do SIM, também em declarações no final da reunião, congratulou-se por se iniciar, ao fim de 10 anos, um processo negocial, salientou que os sindicatos médicos prezam a paz social e tudo estão a fazer para que o SNS seja reforçado.

Os sindicatos, disse, gostavam de poder mitigar os problemas que vão surgir nos próximos meses, alertando para a necessidade de o Governo fazer os possíveis para que os problemas no SNS sejam ultrapassados.

Roque da Cunha disse esperar assinar em breve o acordo entre Governo e sindicatos, mas salientou que o processo se inicia “hoje”. A próxima reunião com o Governo está já marcada para agosto, disse.

“Da nossa parte estamos totalmente disponíveis para avançar, mas apelamos firmemente ao Governo para que acelere as propostas, não esteja à espera que a situação piore, porque nos próximos meses vamos ter seríssimos problemas pela incompetência e incapacidade demonstrada nos últimos anos, e não foi por falta de avisos por parte dos sindicados”, avisou.