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Relógio biológico é formado por milhares de células nervosas no núcleo supraquiasmático
20 de janeiro de 2014 - 15h35
Algumas pessoas saem da cama muito cedo sem grandes dificuldades, enquanto outras precisam de mais de um alarme para garantir que não se vão atrasar para o trabalho. A explicação está nos genes e a culpa é dos pais.
"Independentemente de querermos ou não, são os nossos pais que ditam a hora de dormir - com base nos genes que nos transmitiram", aponta o investigar de Neurogenética Louis Ptacek, da Universidade da Califórnia, citado pela BBC.
Uma equipa de cientistas descobriu, durante o estudo do sono, a importância de se entender o "cronotipo" de cada pessoa, ou seja, a hora do dia em que essa pessoa é mais produtiva e a hora em que a produtividade começa a decair.
Segundo a equipa de cientistas, é a nossa herança genética que determina quantas horas de sono precisamos para nos sentirmos bem.
“Os nossos pais, através dos genes que nos transmitem, é que determinam quantas horas precisamos de dormir”, realça Louis Ptacek.
Rick Neubig, professor de farmácia no Michigan, Estados Unidos, é uma pessoa diurna. "As pessoas com quem troco e-mails na Europa reparam que eu mando mensagens bem cedo", diz. Essa facilidade é hereditária. Neubig conta que a mãe costumava acordá-lo às 4h da manhã.
Ptacek estuda, neste momento, famílias de hábitos matutinos que tenham a síndrome Familiar de Fase Avançada de Sono. "É um traço genético forte", diz o médico, que identificou um gene mutante que cria uma proteína diferente e que também afetou o ritmo do relógio biológico em animais estudados em laboratório.
O especialista acompanha também famílias noturnas, que têm a síndrome de fase "atrasada". Este cientista acredita que esta síndrome se deve a uma diferente mutação no mesmo gene.
O relógio interno é formado por milhares de células nervosas no núcleo supraquiasmático, uma estrutura localizada no hipotálamo que controla diversas funções corporais. Esse relógio é reiniciado diariamente pela luz.
Pelo conseguinte, seria lógico concluir que os relógios biológicos de todas as pessoas seguem ritmos parecidos, mas isso não acontece.
No estudo, Louis Ptacek e a sua equipa estudaram os hábitos dos animais, depois do sono e identificaram um gene com a capacidade de produzir uma proteína capaz de alterar o relógio biológico.
Porém, ao longo da vida os relógios do sono vão sendo alterados. E por isso é que é mais fácil acordar uma criança do que um adolescente, por exemplo. “A demora dos adolescentes em acordar é adquirida ao longo da infância e puberdade, sendo que atinge o seu pico aos 19 anos, nas mulheres, e aos 21 anos, nos homens, segundo sustenta Till Roenneberg, investigador da Universidade Ludwig-Maximilians.
SAPO Saúde
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