A onicofagia é altamente prejudicial para o ser humano. Para além de ser uma forma de abrir as portas do organismo à entrada de bactérias, pode causar problemas nas unhas, pele, dentes e sistema gastrointestinal.

O vício afeta 20 a 30% da população mundial independentemente da idade, "podendo levar a problemas psicossociais significativos e ter um impacto negativo na qualidade de vida", de acordo um estudo publicado em 2016 na revista PubMed.com.

O problema pode ser grave principalmente quando está associado a outras condições como transtorno por défice de atenção com hiperatividade (TDAH) ou transtorno de ansiedade por separação (TAS).

A Associação Americana de Psquiatria incluiu a onicofagia na lista de transtornos obsessivos-compulsivos (TOC), escreve a BBC. Mas nem todos os psiquiatras concordam com esta classificação. Alguns argumentam que apesar de a onicofagia ser, como no caso do TOC, uma conduta natural levada ao excesso, as obsessões do TOC são motivadas por ansiedade, o que para alguns especialistas não ocorre no caso de roer as unhas.

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Por outro lado, um estudo publicado em 2015 na revista Journal of Behaviour Therapy and Experimental Psychiatry indica que o que move a onicofagia não é a ansiedade, mas sim o perfecionismo. As conclusões do estudo mostraram que este hábito pode ajudar as pessoas a diminuir a irritação, tédio ou insatisfação.

Outra possibilidade é a predisposição genética. Alguns estudos mostram que um terço das pessoas que roem as unhas tem familiares com o mesmo hábito.

Mas o que existe debaixo das unhas?

Várias coisas com nomes feios: bactérias como a E. coli e a salmonela. As verrugas nas mãos, causadas pelo vírus do papiloma humano, também podem propagar-se pelos lábios e pela boca.

Roer as unhas pode causar paroníquia, uma infeção da pele dolorosa que em casos graves pode despoletar a necessidade de uma cirurgia. A deformação dos dentes, da oclusão dentária ou o desgaste prematuro destes é outro dos resultados do vício.