Investigadores da Universidade de Cambridge analisaram mais de 2.000 esqueletos e descobriram que as elites não comiam mais carne do que os outros grupos sociais. Segundo os investigadores, esta descoberta derruba algumas das principais suposições sobre a história medieval inglesa, escreve a BBC.
A bioarqueóloga da Universidade de Cambridge Sam Leggett tirou as suas conclusões depois de analisar a 'marca' química das dietas nos ossos de 2.023 pessoas enterradas em Inglaterra entre os séculos 5 e 11.
A investigadora cruzou essas referências com evidências de status social, como bens de sepultura, posição do corpo e orientação, e não encontrou qualquer relação entre status social e dietas ricas em proteínas.
As descobertas surpreenderam o historiador da Universidade de Cambridge, Tom Lambert, porque muitos textos medievais e estudos históricos sugeriram que as elites anglo-saxónicas comiam grandes quantidades de carne, escreve a BBC.
A dupla trabalhou em conjunto para decifrar as listas de alimentos reais e descobriu padrões semelhantes de porções - como uma quantidade modesta de pão, uma quantidade enorme de carne, uma quantidade decente mas não excessiva de cerveja e nenhuma menção a vegetais, embora alguns provavelmente tenham sido servidos.
Sobre essa informação, Lambert comentou: "A escala e as proporções dessas listas de alimentos sugerem fortemente que eram provisões para grandes festas ocasionais, e não suprimentos gerais de alimentos que sustentavam as famílias reais diariamente".
Sam Leggett confirmou: “Não encontrei evidências de pessoas a comer algo com tanta proteína animal de forma regular". "Se comessem, encontraríamos evidências isotópicas de excesso de proteína e sinais de doenças como gota nos ossos. Mas não estamos a ver isso", acrescentou.
"A evidência isotópica sugere que as dietas neste período eram muito mais semelhantes entre os grupos sociais do que fomos levados a acreditar", refere ainda, sublinhando a predominância do consumo de cereais e legumes.
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