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Apesar do aumento das equipas de colheita, janeiro refletiu uma quebra nas dádivas
20 de fevereiro de 2013 - 15h47
O presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) manifestou esta quarta-feira preocupação quanto à manutenção das reservas de sangue necessárias durante o ano, admitindo que 2013 será um período de dificuldades.
“Nos próximos meses o IPST tem um desafio muito grande para manter as reservas de sangue”, afirmou Helder Trindade na Comissão Parlamentar de Saúde.
Segundo o responsável, janeiro e fevereiro são classicamente meses “difíceis”, de menos dádivas, mas a isto acresce a situação social e económica dos cidadãos.
Em causa estão não só as taxas moderadoras, mas também o aumento dos preços dos transportes, da gasolina e a emigração da população, sobretudo os mais jovens, que são um grande grupo de dadores, explicou.
De acordo com os dados do IPST, o ano “arrancou mal”, com o mês de janeiro a registar uma quebra, face ao período homólogo, de 8% nos dadores inscritos (menos 1.786) e de 3% nas unidades colhidas (menos 500).
No entanto, neste mesmo ano o instituto aumentou em 13% as equipas de colheita.
Em contrapartida, até 17 fevereiro deste ano, os dados acumulados (desde início de janeiro) revelam uma melhoria, face ao período homólogo, com mais 3% de unidades colhidas e mais 20% de efetivos no terreno.
Contudo, esta melhoria não deixa descansado o presidente do IPST, que prevê “um desafio muito grande e a continuação de uma quebra nas colheitas em março e nos meses seguintes”.
“As pessoas não estão tão disponíveis para dar”, não só pelas dificuldades que vivem, mas também porque muitos “dadores foram embora”, sublinhou.
Helder Trindade alertou ainda para o facto de que cada vez que o assunto das taxas moderadoras e da não isenção dos dadores volta à Assembleia da República e é noticiada, as pessoas deixam de comparecer às colheitas.
Isso mesmo foi o que aconteceu este mês, quando o assunto voltou ao Parlamento.
“Em períodos críticos, como o mês de janeiro, estas notícias com este tipo de impacto geram situações mais críticas”, sublinhou.
Referindo dados relativos a 2012, o presidente do instituto afirmou que o IPST forneceu 238.772 unidades de sangue e lembrou que houve uma quebra global de 12% nas dádivas, predominantemente na região centro.
O Instituto do Sangue iniciou 2013 com 16 mil unidades de reserva nacional e oito mil de reserva no IPST.
Lusa
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