A dor crónica é um problema de grande magnitude, devido à elevada prevalência e impacto individual, social e económico, alertaram os especialistas à margem do workshop “Dor Crónica – O Impacto Socioeconómico” que contou com o patrocínio científico da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e apoio da Grünenthal.
Os especialistas concluíram que a inexistência de uma rede de referenciação, as insuficiências no diagnóstico e a falta de formação dos profissionais de saúde, na área específica da dor, são possíveis justificações para a elevada prevalência da dor crónica em Portugal.
A resignação da população e dos profissionais de saúde, assim como a desvalorização do fenómeno da dor, são também factores que contribuem para que 30 por cento dos portugueses sofra de dor crónica.
Duarte Correia, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, adianta que “O Programa Nacional de Controlo da Dor, promovido pela Direcção-Geral da Saúde, tem contribuído para a avaliação desta situação preocupante no nosso país, e a sua completa e total implementação terá um impacto extremamente positivo na melhoria dos cuidados de saúde relativos à dor, quer ao nível do diagnóstico quer ao nível do tratamento. O contributo da APED e de todos os profissionais de saúde que se dedicam ao tratamento da dor será decisivo na diminuição da magnitude deste grave problema de saúde pública”.
Para reduzir o impacto da dor crónica, em Portugal, os especialistas concluíram que é necessário melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde com a criação de uma rede de referenciação em dor crónica; melhorar a avaliação e tratamento da dor, prevenindo a sua cronicidade e promover estilos de vida saudáveis como forma de prevenção primária.
A dor crónica é caracterizada como uma dor persistente ou recorrente, de duração igual ou superior a três meses e/ou que persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem.
A lombalgia crónica, a osteoartrose, as cefaleias e a artrite reumatóide são algumas das causas mais frequentes de dor crónica. Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida das pessoas está gravemente afectada, podendo em muitos casos conduzir à incapacidade para o trabalho.
25 de março de 2011
Fonte: LPM Comunicação
Comentários