13 de fevereiro de 2014 - 13h55

Dois antigos alunos da Escola Superior Agrária (ESA) de Ponte de Lima desenvolveram um fato de proteção para aplicação de pesticidas feito à base de nanopartículas, reutilizável, cuja produção pretendem vir a exportar para a Europa.

De acordo com Virgílio Peixoto, um dos autores do projeto, trata-se de um fato que recorre a nanopartículas repelentes de água, como já acontece com outras peças de roupa ou utensílios, sendo o primeiro desenvolvido em Portugal que cumpre todos os processos de homologação internacionais.

Desta forma, explicou à Lusa, é possível reutilizar este fato, necessário na aplicação por pulverização com água de vários produtos fitofarmacêuticos como fungicidas, inseticidas ou herbicidas, "de forma eficaz durante 20 ciclos de lavagem".

"Foi testado e homologado para garantir a proteção necessária segundo as boas práticas e requisitos de segurança para a preparação da calda, aplicação do produto e limpeza do equipamento de aplicação", garante o especialista, que partilhou o seu desenvolvimento com Eduardo Alves, outro ex-aluno da ESA de Ponte de Lima.

O modelo que agora está à venda por 55 euros resultou de uma parceria com um empresário têxtil, da produção de vários protótipos para estudo e de um processo de certificação com ensaios laboratoriais realizados em Portugal, Espanha, Suíça e Alemanha, nos últimos quatro anos.

"Como técnicos de formação fomentámos a utilização de equipamentos de proteção, cumprindo os requisitos dos manuais e informação e divulgação de entidades oficiais. O que estava a acontecer é que falávamos na possibilidade de utilizar um fato reutilizável aos agricultores e depois eles não tinham oportunidade de o comprar", justifica Virgílio Peixoto.

A certificação deste produto foi garantida em 2013 e nesta altura já se
prepara a estreia dos primeiros mil fatos, produzidos na Póvoa de
Lanhoso, na próxima campanha de primavera.

"Temos neste momento um elevado número de encomendas, o que é muito
animador. A vantagem é que garantem 20 ciclos de lavagem, o que
corresponde em termos práticos a 20 fatos descartáveis. Sendo lavável,
no fim destacam-se as molas do capuz e fica um simpático fato para
outros trabalhos", diz ainda.

O próximo passo "já está previsto" e passa pela exportação deste fato de
proteção, 100% português mas homologado com etiquetas em cinco línguas e
em conformidade com as regras internacionais.

"A estrutura da empresa está a evoluir, a primeira conquista são os
agricultores portugueses. Para a segunda fase já foi feita uma avaliação
no sentido de alargar a venda ao sul da Europa, em países como Espanha e
França", assume aquele técnico.

Eduardo Alves, de 40 anos, é formador na área da promoção da segurança
para na aplicação de pesticidas, enquanto Virgílio Peixoto, de 38 anos, é
técnico superior nos laboratórios da ESA de Ponte de Lima, escola que
integra o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

SAPO Saúde com Lusa