Numa audição feita através de videoconferência, Sónia Pereira informou os deputados que a preparação para o acolhimento de crianças que se encontram em campos de refugiados passa pela articulação com a Direção-Geral da Saúde para garantir também apoio psicológico aos menores e às equipas que vão trabalhar com eles.
De acordo com a Alta Comissária, o plano traçado visa a chegada de “grupos sequenciais de 25 jovens”, com um período de adaptação inicial de três meses ao país, que pode ir até seis meses.
Ao responder perante a Subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação, a requerimento do PSD, Sónia Pereira indicou que já houve “manifestações de disponibilidade por parte de famílias de acolhimento” para receberem algumas crianças.
O grupo vai ficar, para já, ao cuidado da Cruz Vermelha Portuguesa, mas deverão estar envolvidas no processo diversas entidades que têm estado a trabalhar em campos de refugiados, nomeadamente os Médicos Sem Fronteiras e também a Unicef.
“Todo este processo terá uma vertente de monitorização”, frisou.
O primeiro grupo vai ficar em Lisboa, num edifício da Cruz Vermelha.
De acordo com a Alta Comissária, a chegada durante o verão “não vai permitir uma inscrição imediata na escola”, mas está a ser articulado com o Ministério da Educação o acesso à aprendizagem de língua “logo no início”.
Estão igualmente a ser preparados materiais informativos traduzidos para a língua destes menores.
A Comissão Europeia disponibiliza financiamento de apoio a iniciativas destinadas à integração.
“Na saúde, estamos a trabalhar com a DGS para acautelar procedimentos antes da saída e à chegada, mas também para apoio psicológico logo no início”, referiu.
A responsável acrescentou que uma equipa de técnicos fará com os jovens “um plano individual que permita dar respostas às suas necessidades e aspirações”.
No final da audição, o PSD pediu que seja remetido ao parlamento um relatório anual sobre o acolhimento de refugiados em Portugal.
Comentários