Elaborado em conjunto com a Direção Geral da Saúde, o documento divulgado pela Ordem dos Psicólogos tem como objetivo ajudar a gerir emoções e compreender alterações de comportamento na sequência de acontecimentos traumáticos para a comunidade ou a nível pessoal.
Destinado a quem vivenciou um desastre natural e a todos os que se possam relacionar com as pessoas afetadas, o documento “Como Lidar com um Desastre Natural” dá respostas sobre o que pode ser feito para ajudar a enfrentar a situação vivida, sejam crianças, adolescentes, adultos, pessoas idosas ou a própria comunidade, anunciou a Ordem em comunicado.
“Vivenciar um incêndio pode afetar a saúde e o bem-estar psicológico, uma vez que provoca um conjunto intenso de emoções e reações que podem persistir. É comum haver sentimentos de medo e ansiedade, mas também de dificuldade em aceitar a realidade ou mesmo de responsabilidade pelo que aconteceu”, de acordo com a Ordem.
Assim, nas crianças e adolescentes é comum o sentimento de tristeza, ansiedade, preocupação com o que acontecerá a seguir, vontade de chorar ou de bater em alguém, medo, confusão, falta de atenção, dificuldade em adormecer, dores e de cabeça ou de barriga.
Porém, recuperam do impacto do acontecimento de várias formas, dependendo da idade, do significado atribuído ao incêndio, de experiências anteriores e da capacidade de lidar com a adversidade.
“Para que os jovens se sintam melhor é essencial falar sobre o que aconteceu, aceitar o que se está a sentir, compreender as mudanças, relembrar que não somos responsáveis pelo que aconteceu e pedir ajuda, se necessário”, recomendam os psicólogos.
Os pais e cuidadores devem, por isso, estar atentos a reações como mais dependência dos familiares, mais agitação, mais isolamento, mais birras, mais agressividade, mudança no desempenho escolar, pesadelos, entre outros comportamentos.
Nos adultos, o stresse, o desespero e a perda de controlo são “sentimentos normais” em quem vive a experiência de um incêndio.
“Depois da primeira reação de choque e negação, podem surgir sentimentos intensos e imprevisíveis (mudanças de humor ou irritação), alterar-se padrões de pensamento e comportamento (falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões), intensificar-se relações interpessoais (discussões ou isolamento) ou mesmo sinais físicos (dores de cabeça, insónias)”, advertiu a Ordem dos Psicólogos.
O primeiro passo para ultrapassar a situação é “aceitar que as emoções intensas são uma resposta normal ao impacto emocional e ao stresse causado pelo incêndio”.
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