No final de uma visita ao Hospital de Cascais, Alexandre Valentim Lourenço salientou à agência Lusa que a unidade tem um regime de contratação diferente por ser uma parceria público-privada, o que facilita a atração de médicos em relação a outros hospitais.
“Este hospital teve sempre capacidade de autonomia para tomar decisões, de contratar médicos com tabelas salariais diferentes e de dar outras condições de trabalho”, destacou o dirigente da Ordem dos Médicos, salientando que isso reflete-se em “equipas estruturadas”, que não são “muito grandes”, mas “funcionam bem”.
O Hospital de Cascais, localizado no distrito de Lisboa, é o único do país que mantém um regime de parceria público-privada, acordo que existe desde 2009 com o grupo Lusíadas Saúde e que se encontra em negociações para ser renovado.
Relativamente aos serviços de obstetrícia, Alexandre Valentim Lourenço, que é também diretor do serviço de ginecologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, salientou que o Hospital de Cascais teve um recorde na realização de partos em agosto e setembro devido à dificuldade em preencher escalas e ao fecho de várias unidades.
“Consegue-se trabalhar assim um mês ou dois. Não se pode trabalhar neste ritmo durante anos se não forem corrigidas as restantes deficiências da rede”, indicou, lembrando que o hospital nunca entrou em contingência e que recebeu todas as grávidas encaminhadas.
Por outro lado, alertou ainda o dirigente, apesar de existir autonomia na contratação, há falta de médicos nas equipas de urgência e dificuldades em manter profissionais no Hospital de Cascais.
Alexandre Valentim Lourenço pediu ainda que as unidades hospitalares apostem na inovação dentro dos seus serviços, algo que motiva os profissionais de saúde, ao mesmo tempo que proporciona melhores cuidados.
A visita ao Hospital de Cascais, realizada esta manhã, fez parte de um conjunto de visitas que o Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos tem realizado nas unidades hospitalares a sul do país.
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