20 de novembro de 2013 - 15h11

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, defendeu hoje a necessidade de “unir esforços e agilizar procedimentos” no sentido de desburocratizar e facilitar a concretização de projetos como a Casa Ronald McDonald que hoje foi inaugurada no Porto.

“O que existiu aqui foi um conjunto de boas vontades e uma unidade em torno de um projeto e, mesmo assim, foi mais difícil a parte administrativa do que a parte da construção”, disse o ministro, referindo-se aos entraves burocráticos que impediram que a obra fosse iniciada em 2010, quando foi lançada a primeira pedra.

Paulo Macedo sublinhou que “aqui chegou-se a bom termo, graças à persistência das pessoas que estão envolvidas neste tipo de ações, mas há um desgaste que tem de ser eliminado da sociedade portuguesa em que tudo dá, por vezes, o dobro ou o triplo do trabalho que devia dar”.

A Casa Ronald McDonald, do Porto, da Fundação infantil com o mesmo nome, iniciou a sua construção há precisamente “170 dias” depois de “um longo processo administrativo” e de “muitos contratempos”, lembrou o diretor executivo da instituição, João Sá Nogueira.

A casa, que deverá estar a funcionar em pleno no início de 2014, está situada dentro do perímetro do Hospital de S. João e destina-se a apoiar familiares de crianças em tratamento naquele hospital e no IPO do Porto.

“Este é o culminar de um projeto que há muito desejávamos. Com esta casa as famílias mais carenciadas com crianças internadas no Hospital de S. João ou no IPO do Porto vão poder encontrar na Casa Ronald McDonald um apoio tão necessário nessa fase das suas vidas”, acrescentou Sá Nogueira.

Além do ministro da Saúde, a cerimónia de inauguração contou com a presença de Maria Cavaco Silva, do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, e do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

“Temos de ser capazes de ser criativos e estabelecer pontes entre o público e o privado, entre o Estado e a sociedade civil, tenha ela o intuito legítimo do lucro do negócio, tenha ela apenas a consciência do dever de cidadania e de solidariedade. Não nos iludamos, se o estado não é capaz de continuar a oferecer e a sustentar todos os serviços públicos desejáveis são as empresas, mas também a magnifica rede solidária que a cidade e o país possuem que terão que o fazer”, disse Rui Moreira.

O autarca considerou que a Casa Ronald McDonald é “um bom exemplo, um magnífico exemplo, daquilo que pode e dever ser o empreendedorismo social e a parceria entre o público, o privado e a rede de solidariedade”.

A casa do Porto está preparada para receber em simultâneo doze famílias, tendo a sua arquitetura sido baseada numa intervenção dirigida às famílias com crianças doentes. Trata-se de uma residência temporária onde os membros das famílias podem ficar gratuitamente.

Esta é a segunda casa Ronald McDonald da Fundação Infantil Ronald McDonald (FIDM) em Portugal, estando a primeira a funcionar em Lisboa desde 2008, junto ao Hospital D. Estefânia. Desde a sua abertura já acolheu mais de 700 famílias provenientes de todos os distritos do país.

Com um custo de cerca de um milhão de euros, a casa do Porto foi construída com os donativos que a FIDM tem vindo a angariar junto de pessoas singulares e coletivas.

Lusa